A campanha eleitoral nem bem começou e o ex-governador Renato Casagrande (PSB), de fato, largou bem na disputa ao governo do Estado. Mas daí a já falar em governabilidade e composição da base aliada na Assembleia Legislativa, como fez o secretário-geral do partido, Carlos Rafael, em declarações ao jornal A Tribuna (coluna Plenário) nesta quarta-feira (22), é no mínimo fora de tom. Segundo ele, o partido tem colocado gás nos candidatos em potencial, por meio de um “pacote de atendimentos”, com objetivo de oferecer a estrutura necessária para que saiam vitoriosos do pleito, consolidando, assim, uma ampla base de 20 dos 30 deputados da Casa. Acontece que, apesar do vento favorável, o caminho até 7 de outubro ainda é longo e, na possibilidade de qualquer zebra, o que nunca se pode desprezar, terá segundo turno na corrida ao Palácio Anchieta. O PSB e Casagrande anteciparam o clima de “já ganhou”?
Mesmice
Aliás, caso o ex-governador seja eleito, junto com seus 20 deputados, serão mais quatro anos da tradicional subserviência do legislativo estadual ao executivo – com raríssimas exceções. Pobres de nós!
Interesses pessoais
Para tentar “matar” menos ao trabalho, pago com dinheiro público, os deputados estaduais resolveram reduzir um dia de sessão, como mostra ato do Diário Legislativo desta quarta. Aí, Enivaldo dos Anjos (PSD), segundo-secretário da Assembleia, resolveu justificar: “O momento é especial” – pra quem?
Interesses pessoais II
A mudança, que só serve para campanha eleitoral, em detrimento das demandas dos capixabas, prejudica as reuniões de cinco comissões (Saúde, Cultura, Agricultura, Defesa do Consumidor e Educação) e ainda da CPI da Sonegação de Tributos. Mas os deputados juram que está tudo “ok”, porque irão compensar a sessão eliminada (quarta) às segundas e terças. É brincadeira, viu?!
Vale tudo
De Aracruz, norte do Estado, vem a informação de que o presidente da Assembleia, Erick Musso (PRB), diante das dificuldades impostas à sua reeleição, teria acionado até o ex-adversário, prefeito Jones Cavaglieri (SD). Nesta semana, como dizem por lá, os dois se reuniram com um grupo de vereadores.
Vale tudo II
No pacote da conversa, que teria tratado do apoio a Erick em seu reduto eleitoral, entraram também contrapartidas em benefício de Jones. Uma delas, a investigação contra a gestão estadual aberta na Câmara em decorrência da contratação dos serviços de lixo no município.
Indigestão
A “prestação de contas” do prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), na Câmara de Vitória na noite desta quarta-feira, avisada em cima da hora, estava difícil até de assistir. O dia que isso for uma prestação de contas…
Indigestão II
Com os vereadores levantando a bola para Luciano cortar e pontuar, o papo acabou em filosofia, frases de efeito, lições de moral e Mandela. “Zzzz”…
Cofre cheio
Não tem muito tempo, foram R$ 8 milhões, agora, mais R$ 2,25 milhões, destinados pelo governo ao Ministério Público Estadual (MPES) em forma de crédito suplementar. As alegações, desta vez, são “reformas, modernização, manutenção operacional, gestão tecnológica da informática e outros serviços”. É bolada atrás de bolada, para um orçamento já gordo.
Pingou
Também entrou mais dinheiro no caixa das obras do projeto que virou o elefante branco da gestão Hartung, o Cais das Artes. Comparado com as verbas milionárias já gastas até hoje, chega a ser irrisório, R$ 50 mil. Mas o registro é necessário: a conta é muito alta: R$ 126 milhões, com previsão de aumentar mais R$ 100 milhões, e nada de prazo de entrega.
PENSAMENTO:
“O defeito é um monstro que não procria”. Pitágoras