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Torino Marques, Capitão Assumção e a estratégia do impeachment…alguém mais embarca nessa na Assembleia?

Ales

Os deputados estaduais Capitão Assumção (Patri) e Torino Marques (PSL), como esperado, levaram para o plenário da Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (29), a estratégia do impeachment anunciada por grupos bolsonaristas na última semana que culminou com um protesto em frente à sede do poder nesse sábado (27), ignorando, mais uma vez, a quarentena decretada no Espírito Santo. Como tratei aqui, o foco agora é tentar desgastar o governador Renato Casagrande com pedidos nesse sentido, junto com pressão aos deputados estaduais, a maioria, como se sabe, alinhada ao governo do Estado, incluindo – e principalmente – o presidente Erick Musso (Republicanos), quem recebe as peças e dá destinação (arquivamento ou andamento). Depois do vereador de Vitória, Gilvan da Federal (Patri), que protocolou o pedido na última sexta-feira (26), um dia após a live nas redes sociais em que convocou os bolsonaristas para novos atos, foi a vez de Assumção (Patri) avisar que fez o mesmo. Na sessão ordinária desta segunda, ele disse que espera “contar com o apoio de todos os parlamentares”. O deputado Torino Marques (PSL) seguiu o tom e acusou tanto o governador como o secretário de Saúde, Nésio Fernandes, de “crime de responsabilidade”. Nessa introdução inicial dos parlamentares, porém, o assunto não rendeu em plenário, o que deve mudar nos próximos dias, a depender do acirramento, mas também sem passar daí, já que não há campo nem razão para prosperar um impeachment no Estado. De todo jeito, vale deixar a pergunta, para anotar depois: dos outros 28 deputados da Assembleia, alguém mais embarca nessa?

Mais do mesmo II
Nos últimos tempos, os únicos que têm feito ataques sistemáticos ao governador são exatamente Assumção e Torino. Na mesma frequência, reapareceu, nesta segunda, Carlos Von (Avante). Começou falando de variantes e internações de pessoas de fora no Estado, discurso já batido, e acabou com pedido de saída do cargo de Nésio.

Minoria
Outros deputados da oposição têm feito manifestações equilibradas e pontuais, que não passam, nem de longe, perto de um impeachment. Mas, no geral, Casagrande e Nésio têm sido mais exaltados na Assembleia devido à condução da pandemia da Covid-19 do que o contrário.

Tudo igual
Assim como os protestos realizados neste mês por bolsonaristas, pedidos de impeachment também têm sido parte da jogada incentivada pelo presidente Jair Bolsonaro e replicada nos estados contra os governadores. Outros também são alvos, como João Dória (PSDB), de São Paulo, que até pouco tempo tinha oito, a maioria já arquivada no legislativo paulista.

Atos ilegais
As constantes investidas motivaram mais uma carta nesta segunda-feira, assinada por 16 governadores, entre eles, Casagrande. Ressaltam “indignação em relação à crescente onda de agressões e difusão de fake news que visam criar instabilidade institucional nos estados, e pedem providências” aos presidentes da República, da Câmara dos Deputados, do Senado e do Supremo Tribunal Federal, para que “adotem todas as providências de modo a coibir tais atos ilegais e imorais”.

Providências II
Os governadores criticam ainda “alguns agentes políticos que espalham mentiras sobre dinheiro jamais repassado aos estados, fomentam tentativas de cassação de mandatos e tentam manipular policiais contra a ordem democrática, entre outros atos absurdos”. Por fim, ressaltam que “o Estado e todos os agentes públicos precisam de paz para prosseguir salvando vidas e empregos”. Qualquer semelhança com o que se vê por aqui, não é mera coincidência.

Sem alteração
A propósito, tudo normal na Assembleia nesta semana. O legislativo não irá seguir os feriados antecipados pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), mantendo as sessões legislativas e atividades em regime home office.

Pandemia x eleição
Mais um integrante do “Time Bolsonaro” no Estado se movimenta com antecedência para as eleições de 2022. O candidato derrotado à Prefeitura de Cariacica, Subtenente Assis (PTB), anunciou que tentará mais uma vez o Senado, como em 2018. Nas redes sociais, neste momento grave da pandemia, ele segue a estratégia do grupo de desgastar Renato Casagrande e exaltar Bolsonaro.

Pandemia x eleição II
A reunião que rendeu o anúncio ocorreu em Brasília, há poucos dias, com o presidente nacional da legenda, Roberto Jeferson. No ano passado, o subtenente, que vendeu sua candidatura como “a única de direita e bolsonarista” em Cariacica, acabou ficando na terceira posição, sem avançar para o segundo turno. Já em 2018, ainda no PSL, ele obteve 247 mil votos ao Senado.

Pandemia x eleição III
No próximo pleito, o partido tem meta ousada no Estado: fazer um senador, um deputado federal e três deputados estaduais. Sei não, hein…

Nas redes
“Irresponsabilidade? Desprezo pela vida? Burrice? Alienação? Falta de cidadania e de civilidade? Ou tudo isso junto? É inacreditável que alguém ainda não tenha entendido o gravíssimo momento que estamos vivendo!”. Sergio Majeski, deputado estadual, sobre a ida dos capixabas à praia nesse final de semana, em plena quarentena e agravamento da pandemia.

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https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/o-foco-da-vez

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