Mais uma disputa interna no Ministério Público do Estado (MPES), mais um teste da influência do agora desembargador Eder Pontes
A abertura do processo eleitoral para a Procuradoria-geral de Justiça no biênio 2022-2024, nesta terça-feira (7), será mais um teste da influência de Eder Pontes no Ministério Público Estadual (MPES). A diferença é que, desta vez, será a primeira vez desde 2012, que a disputa interna ocorrerá com ele fora do órgão ministerial, hoje comandado por sua aliada, Luciana Andrade, que tem direito à reeleição por mais um período. Eder, como se sabe, foi empossado na última sexta-feira (3) como desembargador do Tribunal de Justiça (TJES), após uma articulação iniciada lá atrás, ainda na época do último pleito do MPES, no início de 2020, quando chegou a anunciar candidatura à Procuradoria-geral de Justiça, mas recuou, colocando gás em Luciana. Tão logo ela tomou posse, criou um cargo exclusivo para o ex-procurador-geral, com amplos poderes e estratégico para esse projeto de assumir uma cadeira no TJES, agora consolidado. Na corrida ao Tribunal, Eder disputou com o também procurador Josemar Moreira e a promotora Maria Clara Mendonça. Empatou na primeira colocação, mas foi o escolhido do governador Renato Casagrande, o que surpreendeu zero pessoas. Já em 2020, os principais concorrentes de Luciana foram Marcello Souza Queiroz, o principal opositor do grupo de Eder nos últimos anos, Adelcion Caliman e Luciano da Costa Barreto. Quem formará o tabuleiro desta vez? Chegou, enfim, a hora da mudança?
‘Dia D’
A votação será realizada no dia 18 de fevereiro do ano que vem, das 9h às 17h, por meio do sistema informatizado e à distância. Cada membro do MPES deverá escolher até três candidatos. Depois, Casagrande dará novamente a palavra final.
Outro cenário
Ao contrário do que aconteceu no passado, quando chegou a ser unânime no MPES, com candidatura única à reeleição, nos últimos pleitos Eder Pontes não teve vida fácil. Em 2018, ao disputar seu terceiro mandato após eleger outra aliada, Elda Spedo, se mantendo no topo da estrutura, ficou apenas um voto à frente de Marcello Queiroz na lista tríplice e foi nomeado pelo ex-governador Paulo Hartung (sem partido).
Sempre Eder
Na recente escolha interna, Eder liderou a lista sêxtupla do MPES e, depois, ao passar pelo Pleno do TJES, empatou com Josemar. Casagrande não precisava tê-lo escolhido, pois não romperia a tradição de nomear o primeiro da lista. Mas…
Sempre Eder II
A propósito, uma coisa é certa: o ex-procurador-geral de Justiça, conseguiu, durante todos esses anos, agradar a gregos e troianos no Palácio Anchieta, mesmo que adversários políticos ferrenhos. Leia-se Casagrande e Paulo Hartung.
E Luciana Andrade?
Na eleição que disputou, a procuradora-geral recebeu 168 votos, 22 a mais que o mesmo Marcello Souza Queiroz, novamente o segundo colocado, seguido de Adelcion Caliman, com 110 votos. Ela era, na ocasião, secretária-geral do gabinete de Eder e coordenadora de Assessoria de Gestão Estratégica. Antes, já ocupava cargo de confiança nas primeiras gestões de Eder e da ex-procuradora-geral Elda Spedo.
Braço forte
Apesar de ruídos iniciais, referentes ao corte de gastos nos poderes do Estado, a gestão de Luciana é alinhada com o governo do Estado. Essa parceria se fortaleceu durante a pandemia, quando o MPES foi um dos braços de apoio a Casagrande em tomadas de decisões polêmicas e de restrições econômicas e sociais, que envolveram, inclusive, denúncias de bolsonaristas e embates com prefeituras.
No TJES…
Eder Pontes passou a compor a Segunda Câmara Criminal. No mesmo dia, também assumiram o cargo Rachel Durão Correia Lima, Júlio César Costa de Oliveira e Helimar Pinto. As posses foram prestigiadas por Hartung, que voltou à cena no Estado.
Ausência histórica
No decorrer do processo, ganhou destaque uma campanha em defesa de maior representatividade feminina na composição do Tribunal, porém sem êxito. Atualmente, das 25 vagas ocupadas na Corte, apenas quatro são de mulheres. Na lista sêxtupla do MPES, também eram quatro candidatas. A promotora Maria Clara Mendonça avançou para a última etapa, com 16 votos, mas a ausência história feminina, que precisa ser quebrada, não pesou para Casagrande.
Nomes
Até o dia 15, prevalecem as movimentações de bastidores e a expectativa da divulgação dos nomes da vez da disputa do MPES. Apostas?
Nas redes
“Dia histórico na minha vida. A presença de pessoas dos mais diversos campos políticos reforça que existe caminho para o diálogo. Muito obrigado a todas e a todos que compareçam ao meu ato de filiação no União Brasil”. Felipe Rigoni, deputado federal, em evento ao lado de ACM Neto, Luciano Bivar, Ricardo Ferraço e Alexandre Quintino.
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Não larga o osso
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