Nem oposição, como o PSB de Casagrande, nem demais siglas da frente nacional. Classe política se mantém distante dos atos “Fora Bolsonaro”
A poucos dias do sexto ato “Fora Bolsonaro, neste sábado (2), às 14h, em Vitória, com a previsão de ser o maior até agora em todo o País, por registrar adesões de partidos de centro-esquerda, a participação de lideranças com mandato no Estado segue sendo uma realidade distante, ao contrário de movimentos já registrados no âmbito nacional, que desaguam na formação de uma frente ampla em defesa do impeachment do presidente Jair Bolsonaro. As conversas atuais envolvem, além das legendas de esquerda PT, Psol e PCdoB, que organizam os atos desde maio, o PSB, PDT, PV, Rede, Cidadania e Solidariedade. No Espírito Santo, o novo bloco inclui, portanto, o partido comandado pelo governador Renato Casagrande, que tem quatro deputados estaduais (Bruno Lamas, Sergio Majeski, Dary Pagung e Eustáquio de Freitas) e um federal (Ted Conti), e vem a ser o principal alvo dos bolsonaristas, com efeitos que se prolongam até as eleições de 2022. Mesmo nesse contexto, nada de acenos ou mobilizações. Os demais são o PDT do prefeito da Serra, Sérgio Vidigal; a Rede de Audifax Barcelos; e o Cidadania do ex-prefeito Luciano Rezende e do deputado estadual Fabrício Gandini, além de Da Vitória, coordenador da bancada capixaba no Congresso Nacional. Isso sem falar de prefeitos e vereadores. Quer dizer, enquanto as articulações rolam há semanas em Brasília e outros estados, nenhum sinal ainda de adesão ou participação pública de novos atores do Estado no protesto que se avizinha, muito pelo contrário! A maioria tem corrido das ruas, mas só nessas horas. Já para fazer campanha, sem bola dividida, entra todo mundo em campo.
Na ‘toca’ II
Para registro de tempo: a adesão oficial do PSB aos atos “Fora Bolsonaro” vem de antes, ainda em julho, reforçada após as ameaças antidemocráticas feitas pelo presidente no 7 de Setembro. A executiva estadual até publicou convocação na época, assim como também fez no protesto do MBL e Vem pra Rua. Mas os donos de cadeiras se mantiveram na “toca”.
Contramão
A propósito, o presidente da Nacional do PSB, Carlos Siqueira, informou recentemente que a legenda participará de todos os protestos contra Bolsonaro. Veremos quando os filiados daqui marcarão, enfim, posição.
Bolsonarista
Para alguns, como Da Vitória, o motivo é o apoio a Bolsonaro, mais do que declarado. O deputado federal defende os atos dos apoiadores do presidente, contradição que já gerou ruído no Cidadania e até anuncio de conversa sobre expulsão. Ele já estava com os dois pés para fora, no aguardo da abertura da janela partidária. Se terá antecipação, de fato, ainda está em aberto.
Votos
Para outros, tudo indica, pesa o receio de encarar o eleitorado bolsonarista no Estado, considerando os números de 2018 e os protestos verde-amarelo. Mas, a essa altura do campeonato, ficar em cima do “muro” também não desce.
Presenças
Lideranças da esquerda que participam desde o início são, do PT, o deputado federal Helder Salomão, a estadual Iriny Lopes e a vereadora de Vitória Karla Coser, do PT. Do Psol, a também vereadora Camila Valadão (Psol). E, nos últimos protestos, também aderiu o senador Fabiano Contarato (ainda na Rede).
Degrau acima?
Por falar em bancada do PSB, no norte e noroeste do Estado, o nome do deputado Freitas tem aparecido pelas ruas como candidato à Câmara Federal em 2022. A informação chegou à coluna após informação divulgada na última quinta-feira (23), dando conta de que, até segunda ordem, os atuais deputados se articulavam para a reeleição – exceção de Sergio Majeski, que está de saída do partido e pretende alçar novos voos.
Degrau acima II?
Freitas, não há dúvidas, tem tido presença cativa em todos os eventos oficiais do governo do Estado. Roda sem parar e, pensando bem, não é pra menos. O deputado não conseguiu se reeleger em 2018. Entrou na Assembleia como suplente, após acomodação efetivada por Casagrande.
Chapas amplas
O presidente estadual do PSB-ES, Alberto Gavini, já apontou as metas para 2022 no campo proporcional: uma chapa de 20 nomes à Câmara e 60 à Assembleia Legislativa. Para isso, terá que deslocar, sacrificar e construir candidaturas competitivas. Tarefa não tão fácil. Hoje, só para lembrar, o PSB do Estado só tem Ted Conti em Brasília, já que perdeu Felipe Rigoni.
Tudo em casa
Será nesta quinta-feira (30), às 14 horas, a prestação de contas de Casagrande referente a 2020. O relator será, de novo, o conselheiro Luiz Carlos Ciciliotti, antigo aliado e braço direito do governador. No ano passado, ele também ficou com essa peteca.
Tudo em casa II
Desta vez, tem a polêmica da recomendação do Ministério Público de Contas (MPC) da aprovação das contas com ressalva. Motivo: investimento em Educação abaixo dos 25% constitucionais. A conferir!
Nas redes
“Salve as crianças!!!! Que neste dia de Cosme e Damião nós despertemos a nossa criança interior e busquemos sempre a verdade e a alegria em nossas ações. Somente com a evolução da nossa sociedade, o fim do preconceito e a preservação da nossa cultura é que podemos garantir um futuro digno para nossos filhos e netos. Façamos hoje o nosso amanhã!”. Iriny Lopes, deputada estadual pelo PT.
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Saída antecipada
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