Projeto do presidente da Assembleia ao governo do Estado precisa romper potencial baixo de votos dos pleitos de 2018 e 2016
Com derrota em 2016 no próprio reduto eleitoral, Aracruz, norte do Estado, em palanque com apoio do ex-governador Paulo Hartung, e uma votação sem destaque em 2018 à reeleição, que chegou a ser até desacreditada durante a campanha, o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), sem dúvidas, tem um longo caminho a percorrer até se cacifar na disputa ao Palácio Anchieta, como anunciado pelo presidente nacional do seu partido, Marcos Pereira (SP), em evento em Vitória nessa segunda-feira (13). Há mais de quatro meses, Erick tem trabalhado para romper essa limitação, em agendas que envolvem setores importantes, como igrejas e empresariado, e valendo-se da companhia sistemática do aliado e correligionário, prefeito Lorenzo Pazolini, que conduz a segunda vitrine política do Estado, vindo de uma eleição recente de segundo turno, com vantagem considerável do adversário, o ex-prefeito João Coser (PT). A própria antecipação do anúncio da pré-candidatura, antes mesmo de virar o ano, já vem nessa pegada de mostrar Erick ao eleitorado, para fazê-lo “crescer e aparecer”. Se vai colar até o cenário afunilar em 2022, ainda é uma incógnita. Mas…e se não colar? Volta ao primeiro plano e disputa a Câmara Federal ou fica pela cadeira na Assembleia mesmo?
Pouco competitivo
Na disputa à prefeitura de Aracruz, Erick foi o único a contar com a presença de Hartung, então governador do Estado. Mas não adiantou. O deputado alcançou 26,5% dos votos, bem atrás do ex-prefeito Jones Cavaglieri (SD), com 58,60%. Em 2020, Erick evitou abraçar candidatos. Quem levou o pleito por lá foi Dr. Coutinho (Cidadania).
Sem folga
Já dois anos depois, em uma campanha nada confortável, Erick obteve 21,8 mil votos. A título de comparação, o mais votado à Assembleia, Sergio Majeski (PSB), fechou as urnas com 47 mil. Esse quantitativo colocou Erick na 13ª posição entre os 30 deputados, ninguém, porém, com a visibilidade de comandar o poder legislativo, função que ele assumiu em 2017 e nunca mais largou.
Ex-amor
De lá pra cá, o deputado cravou mais duas eleições à presidência, a última delas, em fevereiro deste ano, resultado de um acordo com o governador Renato Casagrande (PSB). Essa aliança foi rompida meses depois, já dentro do contexto das eleições do próximo ano, agora oficializado.
Interno x externo
A ainda pouca identidade de Erick com o eleitorado capixaba se contrapõe ao papel que ele exerce internamente na Assembleia, que o coloca em meio a holofotes há anos. Além do mais, os deputados são só elogios à atuação dele, que também se relaciona bem com os outros poderes e lideranças políticas.
Território
Por outro lado, o Republicanos ganhou tamanho em 2020, com a eleição de 10 prefeitos, incluindo o da Capital. Esse cenário colocou o partido em pé de igualdade com o PSB, de Casagrande, que soma 13 prefeituras capixabas. Na disputa ao Palácio Anchieta, emplacar territórios no interior pesa.
Nem tchun
E o Senado? O ex-prefeito de Colatina (noroeste do Estado) Sergio Meneguelli, que teve o nome anunciado no mesmo evento do Republicanos, como possível candidato, nada postou em suas redes sociais sobre os anúncios. Meneguelli, como se sabe, virou tipo um “pop-star” das redes sociais. Publica coisas diariamente, mas neste caso…
Teve vídeo
No evento dessa segunda, Meneguelli não compareceu. A alegação das lideranças do Republicanos foi de que ele estaria em mais uma viagem para palestras, como tem feito desde ainda antes de deixar a prefeitura no ano passado, sem tentar a reeleição. O local onde ele está – Ariquemes, em Rondônia -, sim, ganhou um vídeo no Facebook.
Plano único
Meses atrás, já circulava nos bastidores que Meneguelli poderia deixar o partido, caso não tivesse espaço para erguer a candidatura ao Senado, seu único projeto de 2022. Na ocasião, uma das conversas era com o Pros, hoje já nas mãos do deputado estadual Renzo Vasconcelos, que está de saída do PP, para concorrer à Câmara dos Deputados.
Dois nomes
A questão é que o Republicanos deixou em aberto quem ocuparia este espaço, se ele ou o deputado federal Amaro Neto. Ou seja, aguardo as cenas dos próximos capítulos.
Um nome
Ah, tem um detalhe: na divulgação feita pela Nacional do partido, só aparece a confirmação de Amaro Neto ao Senado. Quem cita Meneguelli é o próprio Amaro, que não se mostrou interessado nem convicto de tentar o Senado.
Nas redes
“Chegamos ao sétimo dia seguido sem mortes por Covid em Vila Velha. Momento único que nos motiva a continuar imunizando e salvando vidas. Vamos, pessoal! Vamos vencer essa doença”. Arnaldinho Borgo, prefeito pelo Podemos.
FALE COM A COLUNA: [email protected]
Peças estratégicas
https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/pecas-estrategicas