sexta-feira, setembro 20, 2024
24.9 C
Vitória
sexta-feira, setembro 20, 2024
sexta-feira, setembro 20, 2024

Leia Também:

O que vem por aí?

A postura do senador Ricardo Ferraço (PSDB) de aceitar o veredicto popular que lhe negou a reeleição é de um tom democrático invejável. Normalmente quem apanha se revolta, acusa a imprensa, as pesquisas, mas nunca vê a realidade como ela é. Ferraço não entrou nessa.

Por isso não quis deixar passar em branco a entrevista que ele deu à Tribuna, aceitando sua derrota e dizendo que recusou cargos que o governador eleito Renato Casagrande (PSB) acenou lhe dar. Sua posição é a de retornar à iniciativa privada, que é a sua origem. Não se esqueça que Ricardo é um homem egresso das elites capixabas. 

Já Magno Malta (PR) é o oposto social de Ricardo. Vem das entranhas da Bahia e foi acolhido, por incrível que pareça, pelo pai do Ricardo, Theodorico de Assis Ferraço (DEM). 

Em comum possuíram na política o apoio de Theodorico, líder político absoluto de Cachoeiro do Itapemirim, sul do Estado, que deu a ambos mandato de vereador e, depois, eles seguiram para a Assembleia Legislativa. 

Na vida política, Magno logo se encontrou com a religião, no caso, a evangélica, em formação e crescimento, e fez o gênero do político do eleitorado de baixa renda. Transformou-se em um ídolo, pois com sua boa oratória, não foi apenas um captador de votos, mas dedicou-se ao papel de astro. 

Magno afirmava em suas pregações: ”sou igual a vocês. Cheguei onde cheguei, mesmo sendo igual a vocês. Não tenho estudo, mas tenho certeza que nós temos de ocupar os cargos públicos. Vocês também podem chegar onde eu cheguei”.

A queda do Magno é maior que a de Ricardo. Este reencontrou sua origem, seu povo. A iniciativa privada lhe dá essa chancela. Já Magno perdeu seu povo. Poderíamos prever que no futuro poderiam voltar, mas esta hoje é uma ilação temerária. Estamos vendo o Magno estrebuchar por ter sido deserdado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).

Nós que vamos ter agora um Espírito Santo sem Paulo Hartung, sem Magno, sem Ricardo Ferraço, aguardamos as novidades da chegada do governador eleito Renato Casagrande e dos novos senadores, Marcos do Val (PPS) e Fabiano Contarato (Rede). 

Dizer que os novos senadores entraram pelo mérito, por merecimento próprio, não acredito. Creio que entraram pelo surgimento de uma forte rejeição à classe política e aos detentores de mandato. 

E que vão formar novas correntes, também não. Diferente de Renato Casagrande, que está chegando com força e em condições de mudar o cenário político do Estado depois de ter tirado de cena o atual governador Paulo Hartung. 

Mais Lidas