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O voto e a repercussão

Capítulos anteriores da polêmica aberta por Sergio Meneguelli mostram deputado na mira de bolsonaristas

Ales/Leonardo Sá

A polêmica aberta pelo deputado estadual Sergio Meneguelli (Republicanos) no plenário da Assembleia Legislativa contra o presidente Marcelo Santos (Podemos), no caso da votação do projeto que aumentou a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), registrou outros capítulos anteriores, além dos primeiros protestos de Meneguelli nas redes sociais sobre sua votação. Ele entrou na mira do bloco dos bolsonaristas que se intitulam “raiz” no Espírito Santo, que já o chamam de “Fabiano Contarato 2.0”. Explico: o senador, que tem projeção política, é apontado desde a eleição de 2018 por grupos de direita e parlamentares do PL de “estelionato eleitoral”. Isso porque, foi eleito com votos dessa parcela do eleitorado, mas abraçou pautas antagônicas e, inclusive, deixou a Rede Sustentabilidade e se filiou ao PT. Virou alvo fixo, portanto, dos seguidores do ex-presidente. Agora, Meneguelli também está nesse lugar. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o deputado federal Gilvan da Federal (PL) usa os mesmos termos para se referir ao ex-prefeito de Colatina e criticou sua ausência na votação. “Não me venha com historinha de ‘me chamaram na hora’. Quem sai de uma votação tão importante? Fugiu! Preferiu se abster! Absurdo! Nessa situação, votar a favor ou não votar é estar contrário ao povo!”. Também disparou que o deputado “fica encenando ser do povo”. O fato de pertencer ao Republicanos e não se posicionar sobre algumas bandeiras, foi mais um ponto de discórdia levantado. Parece que é cedo para dizer, mas essa nova mira, inevitavelmente, também lança luz em 2026. Gilvan tem sido constantemente lançado nos eventos do PL como candidato ao Senado, enquanto Meneguelli queria ter disputado o cargo em 2022, mas foi vetado pelo partido. Como deputado estadual recordista em votos na mesma eleição, com 138,5 mil, ainda não se sabe quais serão seus planos futuros, mas sem dúvida, chegará ao pleito com bala na agulha para negociar e tentar alçar novos voos. Pode apostar: vem mais assunto por aí!

Pontos de conflito
Meneguelli alega que precisou sair no momento da votação, para uma sala anexa ao plenário e que não é a favor do aumento da alíquota do ICMS de 17% para 19,5%. O voto, no entanto, pelo tipo de projeto, foi registrado como favorável. Não fez certo em sair e agora quer anular a sessão, como disse no discurso que fez em plenário nessa segunda-feira (4), em que disparou contra Marcelo Santos.

Pontos de conflito II
Entre os esbravejos, falou que “a Assembleia não é sucursal do Palácio Anchieta” e que Marcelo Santos “não vai ter mais moral para dizer que esta Casa é transparente”. Manifestou ainda indignação com a própria Assembleia, pela condução das votações nos últimos tempos, e reclamou de o projeto ter sido aprovado em 43 segundos.

Reação
O presidente da Casa devolveu de forma dura, avisando que “a Presidência não ficará inerte perante qualquer tentativa de ofensa institucional ou aos parlamentares” e refutou qualquer atropelo na votação, citando o processo legislativo e as normas regimentais.

Reação II
Destacou ainda “estranhar o tom beligerante” de Meneguelli, diverso do que utilizou na votação, “quando se silenciou e se omitiu por completo” na votação. “Meneguelli não se interessou em discutir a matéria, que se registre, ficou em discussão por quase 30 minutos, com diversas manifestações de parlamentares, mas nenhuma fala do deputado, seja na apreciação pelas Comissões ou pelo Plenário – um silêncio sepulcral”.

Choques
Não é o primeiro embate entre Meneguelli e Marcelos Santos. Que diga o impasse sobre o traje formal exigido na Assembleia, que gerou discursos exaltados e divergências. Meneguelli, que se recusava a aderir à regra, teve que ceder e criar um uniforme com sua marca registrada, o jeans.

No posto
O ex-prefeito de Vila Velha Neucimar Fraga foi oficializado no comando do diretório municipal do PP. A convenção, realizada nessa segunda, teve uma presença notada, compondo a mesa: o deputado estadual Hércules Silveira, hoje no Patriota.

Cenários
A entrega da cadeira a Neucimar já havia sido comentada no mercado político, incrementada pelas previsões para 2024. O ex-prefeito, por diversas vezes, já declarou que encararia novamente a disputa. O palanque dependerá, porém, das composições feitas pelo partido no município, que é próximo de Arnaldinho Borgo (Podemos), candidato à reeleição.

Encruzilhada
Sobre Hércules Silveira, o ex-deputado é hoje suplente de Pablo Muribeca, recém-filiado ao Republicanos. Ele já manifestou interesse em voltar à Câmara de Vila Velha, o que faria pelo PP, sem perdas políticas. Por outro lado, no atual partido…e se Muribeca conseguir êxito na eleição à Prefeitura da Serra e abrir a vaga na Assembleia? Está aí a encruzilhada de Dr. Hércules.

Nas redes
“As empresas responsáveis pelo crime ambiental em Mariana e Brumadinho ofereceram R$ 42 bilhões em reparações aos danos causados. Absurdo! Esse valor equivale a um terço dos R$ 126 bilhões calculados pelo governo. É muita falta de respeito com as vítimas, familiares dos mortos e toda uma população impactada pela tragédia (…)”. Helder Salomão, deputado federal pelo PT.

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