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Os bastidores

Bruno Funchal aparece no centro da polêmica do novo Bolsa Família anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro

Antônio Cruz/ABr

Ex-secretário da Estado da Fazenda e um dos “pupilos” do ex-governador Paulo Hartung, o economista Bruno Funchal é assunto da imprensa nacional, devido à polêmica do valor e da coletiva adiada nessa terça-feira (29) pela gestão do presidente Jair Bolsonaro, sobre o Auxílio Brasil, uma reedição do Bolsa Família criado no governo do PT. Integrante do Ministério da Fazenda desde 2019, primeiro como diretor de programa, depois como secretário do Tesouro Nacional, subindo ao cargo número dois de Paulo Guedes no ano passado, de secretário especial da Fazenda, Funchal foi contrariado pela decisão de Bolsonaro de que o auxílio será de R$ 400 até o fim de 2022, ano eleitoral, o que fura o teto de gastos, num total estimado em R$ 30 bilhões. Recentemente, o “controlador do caixa” do governo havia garantido publicamente, em evento da área financeira, que não assinaria nada nesse sentido. O valor máximo calculado por Funchal e a equipe econômica de Guedes era de R$ 300. O restante teria, portanto, que ser pago em créditos extraordinários, mas com manobra para evitar crime de responsabilidade. Os ruídos, por um lado, acabaram com ameaça de debandada na equipe econômica, o que teria sido o motivo do adiamento do anúncio do programa, que acabou ocorrendo na tarde desta quarta-feira (20). Por outro, provocaram apostas de “queda” de Funchal da cadeira, o que seria apenas “uma questão de tempo”. Agora, é esperar para ver!

Sem recuo
Nesta quarta, ainda na ressaca das turbulências, o ministro da Cidadania, João Roma, fez o tal anúncio e reiterou que os pagamentos do Auxílio Brasil começarão em novembro e chegarão ao valor mínimo de R$ 400, como determinado por Bolsonaro. A previsão é mais que o dobro do destinado hoje pelo Bolsa Família.

Sem recuo II
Roma comunicou ainda de uma “solução” encontrada pelo governo. O auxílio deverá sofrer reajustes de 20%, mantendo, segundo ele, a responsabilidade com o teto de gastos. Outra medida seria a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, fonte dos recursos para aumentar o valor. Resta saber se a “solução” aliviou, de fato, as tensões com toda a equipe econômica.

Campanha
Funchal, antes de ir para Brasília, era figura comum no círculo político e econômico de Hartung no Estado. Nas eleições de 2018, elaborou o plano de governo de Arildo Teixeira, candidato ao Palácio Anchieta pelo PTB, que tentou convencer o eleitorado que tinha a marca do ex-governador. Não deu certo, saiu da disputa com 3,25% dos votos.

Mesmo trilho
Assim como ele, o ex-governador Paulo Hartung sempre fez questão de exaltar publicamente seus pupilos que saíram daqui para a gestão federal. O mesmo ocorreu com Ana Paula Vescovi, que também comandava a pasta estadual da Fazenda e assumiu o cargo de secretária do Tesouro Nacional do governo de Michel Temer (MDB), sendo substituída exatamente por Funchal. Hoje, ela é a economista-chefe do Banco Santander.

Pergunta
Por falar em Hartung, suas atuais articulações desaguarão numa candidatura em 2022 ou não passam, mais uma vez, de ensaios que o mantêm nos holofotes? O ex-governador, que atua na área privada e não sai da mídia nacional, depois de cotado para a Presidência da República em 2018, agora aparece como postulante ao Senado.

O que vem por aí
A convocação aos 78 prefeitos do Estado pelo presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos), para debater a proposta do governo de alterações no Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal, deixou no ar o objetivo real da estratégia. Será na próxima terça-feira (26), às 15h, no plenário do legislativo. A aprovação da matéria depende disso, avisou Erick.

O que vem por aí II
O deputado, não é novidade, se movimenta a torto e a direito para pavimentar seu caminho até as eleições de 2022, mirando o Palácio Anchieta. Da última vez que convidou prefeitos para a Assembleia foi para tratar da extinção de comarcas. O governador Renato Casagrande não passou ileso, ao ser cobrado a se posicionar e intervir na questão. De olho…

Relações
Depois da “visita de cortesia” no Ministério Público Estadual (MPES), foi a vez da procuradora-geral de Justiça, Luciana Andrade, comparecer a evento da conhecida ONG ES em Ação. Ela palestrou, nesta quarta-feira, sobre “Por que formar lideranças é essencial?”, no lançamento do projeto chamado Be Header, formulado pela entidade que representa a nata do empresariado capixaba, leia-se poluidoras, protegidas fiscais e afins.

Nas redes
“Caberia capítulo exclusivo no relatório final da CPI para detalhar os crimes do presidente da República. Prevaricou, debochou dos mortos, nunca visitou doentes num hospital, chamou de idiota quem pedia vacina, praticou charlatanismo…”. Fabiano Contarato, senador pela Rede Sustentabilidade.

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