Mais do mesmo: eleição para o comando da Assembleia une “gregos e troianos” e registra apenas dois “dissidentes”: Lucas Polese e Camila
Assim como nos períodos de presidência do agora ex-deputado Erick Musso (Republicanos), a eleição de Marcelo Santos (Podemos) para o comando da Assembleia Legislativa, na tarde desta quarta-feira (1º), em chapa única – de novo! – conseguiu reunir no mesmo objetivo “gregos e troianos”. Embora apoiado declaradamente pelo governador Renato Casagrande (PSB), o que sacrificou o projeto de Vandinho Leite (PSDB), ele obteve 27 dos 30 votos da Casa, incluindo parlamentares da base, os que se declaram “independentes” e ainda os da oposição ferrenha ao socialista, liderada pelos seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Desse último grupo, única exceção ficou por conta do jovem Lucas Polese (PL), que há anos protagoniza embate com o governador, inclusive na Justiça, e da ex-vereadora de Vitória Camila Valadão (Psol), que deve manter posturas combativas durante toda a legislatura. Theodorico Ferraço (PP), nome que concentrava todas as atenções dos bastidores, na espera de alguma medida enérgica contra a condução da disputa, que até a véspera pegava fogo, nada fez. Como deputado mais idoso, 85 anos, conduziu a sessão sem percalços, mas tirou o corpo fora e se absteve de votar – ele e o novo presidente da Mesa Diretora não se “bicam” nem se misturam! Agora, é esperar as novas cenas e o pulso de Marcelo Santos na liderança do legislativo até, pelo menos, 2025. Mais do mesmo? É o que tudo indica!
Último ato
Para dizer que Theodorico não fez sequer uma leve provocação, no início da sessão, ao abrir para inscrições de chapas, repetiu, com sorriso no rosto: “pode ter uma, duas, três, quatro”…também avisou que se precisasse de tempo para isso, esperaria o tanto necessário. Ninguém se movimentou.
Poucas palavras
Vandinho Leite, obrigado a recuar na sua candidatura, que até a intervenção de Casagrande tinha o voto da maioria dos deputados, foi bem suscinto no voto: “sim e boa sorte à nova Mesa Diretora”. Apesar do “consenso” em torno de Marcelo, o tucano não engoliu a história.
Algo em comum
De esquerda e com perfil combativo, Camila Valadão alegou que seu voto era uma resposta ao processo e à composição da chapa. Já Polese, de direita e bolsonarista, destacou exatamente sua rivalidade com Casagrande, dizendo que votar em um candidato apoiado por ele seria “rasgar sua história”. Dois extremos, com pelo menos algo em comum.
Nada mudou
Já a maior parte dos demais parlamentares, aquela máxima de sempre: elogios rasgados a Marcelo e corporativismo, com direito à festa e comemoração.
Os escolhidos
O petista João Coser, após articulações iniciais para ser o candidato a presidente, ficou com a primeira secretaria. Na segunda, foi eleita Janete de Sá (PSB); na 1ª vice-presidência, Hudson Leal (Republicanos); e, na segunda, o bolsonarista Danilo Bahiense (PL). Serginho Meneguelli (Republicanos) levou a terceira secretaria e Adilson Espindula (PDT), a quarta.
‘Empatia’
Por falar em Serginho, o campeão de votos à Assembleia não se ausentou da sessão de posse na manhã desta quarta, como sinalizado nos últimos dias, em decorrência da recuperação de uma cirurgia no intestino. Abatido, ele chegou de cadeira de rodas e assim passou o restante do tempo, quando foi oficializado no cargo. Depois, gravou vídeo nas redes sociais anunciando como palavra-chave de seu mandato a “empatia”.
Cadeira
À tarde, na eleição da Mesa Diretora, votou rapidamente e deixou a Casa, por recomendação médica. Obviamente, apoiou a chapa única. Mas, como se observa, não levou função de destaque.
Perdas e ganhos
No Senado, que ao contrário do Estado, teve disputa, acabou com derrota dos bolsonaristas. Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apoiado pelo Governo Lula, foi reeleito presidente. Com voto favorável de Fabiano Contarato (PT) e na contramão de Marcos do Val (Podemos) e Magno Malta (PL), que esperavam eleger Rogério Marinho (PL-RN). O placar total foi de 49 x 32.
Prévia
A posse dos deputados federais do PL reforçou, nesta quarta, as projeções de acirramento no plenário da Câmara nos próximos anos. O grupo, entre eles o vereador cassado de Vitória Gilvan da Federal, compareceu com adesivos, colados em seus ternos e erguidos nas mãos, com frases de “fora Lula” e “fora ladrão”. A bancada é ampla: 99 parlamentares, sedentos por liquidar o petista.
De volta!
É sempre bom retornar a este espaço. Que 2023 seja produtivo e traga bons ventos ao Espírito Santo. Ah, mandem notas!
Nas redes
“Combatemos o bom combate. Aqui no Senado a nossa luta vai continuar. Por um Brasil mais justo e livre. Para que todos sejam ouvidos e a Constituição respeitada”. Magno Malta, senador pelo PL, e o muro de lamentações.
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