Pedra cantada

Com contradições para todos os lados, PSD e Republicanos, enfim, oficializam apoio na Capital

Como já mostravam as últimas movimentações entre as lideranças dos dois partidos, o PSD e o Republicanos oficializaram a aliança na Capital do Estado em torno do palanque à reeleição do prefeito, Lorenzo Pazolini (Republicanos), reproduzindo o cenário em Colatina, noroeste do Estado, com a pré-candidatura majoritária do presidente estadual do PSD e ex-deputado estadual, Renzo Vasconcelos. A união das legendas passou a ser trabalhada desde que o deputado estadual Fabrício Gandini foi preterido das articulações do “grupo dos seis”, que escolheu o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) como cabeça de chapa, e reafirma análises feitas aqui na última coluna sobre a saída definitiva de cena de Gandini, que comanda o diretório municipal do PSD, do processo eleitoral no seu reduto, até mesmo como apoiador dos pré-candidatos do partido à Câmara de Vereadores. O motivo não é novidade para ninguém: Gandini é opositor de Pazolini e disputou contra ele uma “guerra sangrenta” em 2020. A situação também consolida rusgas com o atual partido, onde chegou há pouco tempo, em tese, com autonomia e poder para liderar as articulações em Vitória. Agora, resta saber se ele subirá, mesmo assim, no palanque de Luiz Paulo, ou continuará focado apenas em outras cidades. Lembrando: em Colatina, a parceria também não teve abraço unânime. O deputado estadual e ex-prefeito Sergio Meneguelli, vice-presidente do Republicanos no município, que acumula o título de votação recorde em 2022, sinaliza não caminhar ao lado de Renzo. Na Capital, outro apoio adverso: tem aparecido ao lado do colega de plenário, Capitão Assumção (PL), que transita na mesma área de votos de Pazolini.

Peso a mais
Com a entrada do PSD, partido que tem tempo de TV, Pazolini “encorpa” sua coligação, que até então tinha como carro-chefe o PP, e mais dois partidos pequenos, o Novo e o DC.

‘Embromation’
O vice, aliás, mantido sob suspense, tudo indica, até o último minuto, sairá do PP ou do Novo. Na primeira legenda, os cotados são o presidente da Câmara, Leandro Piquet, a empresária Cris Samorini e o presidente do diretório municipal, Marcos Delmaestro. No Novo, o aliado de confiança e ex-secretário, Arildemo Teixeira.

Definições
Em Colatina, o Republicanos é o principal partido do palanque de Renzo, que tem ainda o União Brasil e o Avante. Na última sexta-feira (9), ele anunciou uma chapa puro-sangue: terá como vice o médico-cirurgião geral, Pedro José Pagotto. A área de atuação já coloca luz numa área sensível das gestões, a saúde.

Menos um
Voltado ao cenário na Capital, sem o PSD, a composição em torno de Luiz Paulo vira “grupo dos cinco”, e reúne PSDB/Cidadania, PSB, MDB e PMB.

Poses para fotos
Mais de 150 candidatos do PT em cidades com mais de 100 mil habitantes se reuniram com o presidente Lula nesse sábado (10), em Brasília, para sessão de fotos de campanha. No caso das capitais, Lula garante que realizará visitas, como deve ocorrer em Vitória, com João Coser, um dos projetos prioritários do partido em nível nacional.

Poses para fotos II
Por lá estiveram Coser; o ex-prefeito Carlos Casteglione, que vai disputar em Cachoeiro de Itapemirim; João Batista Babá, em Vila Velha; Roberto Carlos, na Serra; e Célia Tavares, em Cariacica. Principal cabo eleitoral do PT e desta vez com reboque do governo federal, Lula estará em todas nas eleições deste ano.

Que situação…
Por falar em Babá, o ex-vereador precisou publicar uma nota assinada por ele e outra pela presidente estadual do PT, Jack Rocha, para garantir que é pré-candidato. Quem o colocou nessa situação foi a própria Nacional, que divulgou em seu site, na lista de nomes homologados, que o palanque seria “estratégia combinada com o prefeito, Arnaldinho Borgo (Podemos), para disputa contra o candidato bolsonarista coronel Ramalho (PL)”.

Que situação II…
Ramalho, obviamente, fez um escarcéu, apontando que “o verdadeiro candidato de Lula é Arnaldinho”, o assunto repercutiu internamente no PT, que retirou o texto do site, como detalhou matéria de A Gazeta, mas o “estrago” foi feito.

Que situação III…
Babá afirmou, em sua nota: “não traio meus amigos e companheiros, não traio meu partido, nem negocio minhas convicções com a direita bolsonarista”. Jack destacou: “Qualquer informação ou insinuação da existência de um ‘acordo’ fora do debate com a direção e a militância do PT é leviana e não corresponde aos fatos”.