Como todo o processo que envolveu a escolha de Rodrigo Coelho (PDT) para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas (TCE), também foram em ritmo de vapt-vupt a publicação do decreto legislativo pelo governo que aprovou seu nome e o ato de nomeação nesta quarta-feira (8), no Palácio Anchieta, um dia após a eleição de cartas marcadas na Assembleia Legislativa. Coelho chega ao TCE como indicação mais do que política e já com contas a pagar, após uma articulação com todas as digitais do governador Paulo Hartung, que novamente resultou em protestos por indicações técnicas e contra a perpetuação do “Tribunal do Faz de Conta”. Mas, mesmo diante de um cenário tão óbvio, o novo conselheiro declarou dois pontos em A Gazeta que não têm como ignorar. Um: não adotará viés político em sua atuação na Corte de Contas (anote aí). Dois: não existiram conversas com Hartung em defesa de seus interesses, e sim dos interesses públicos. Piada pronta?
Constatação
Aliás, se não fosse bom para Hartung, Coelho não teria sequer sido cogitado, quanto mais escolhido. Esse filme é pra lá de repetido.
Tudo dominado
Sempre bom lembrar, que antes da votação nesta terça, por um placar de 27 votos do total de 30, já haviam ficado claras as articulações feitas por Hartung no próprio TCE, que resultaram no pedido de aposentadoria de José Antônio Pimentel, outro aliado, após anos de problema na Justiça, e concedida também rapidinho pelo Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (IPAJM).
Em casa
A foto oficial do ato de nomeação, nesta quarta, tem ao lado do governador e de Coelho, o presidente da Assembleia, Erick Musso (PRB), o ex-chefe da Casa Civil, Zé Carlinhos (PSD), e a secretária de Governo e cunhada de Hartung, Angela Silvares.
Resumo
O pessoal que ocupou as galerias da Assembleia na sessão dessa terça-feira (6) contra as indicações técnicas para o cargo de conselheiro, estendeu uma faixa assim: “Atenção, senhores deputados. Das últimas seis indicações a conselheiro, quatro condenados e um afastado”. Pois é…
Contra o tempo
A corrida palaciana agora é pela vaga de Valci Ferreira. Com outro aliado na Corte de Contas e os já existentes, Hartung garante, assim, não perder a pose de “gestor exemplo” quando estiver fora do mandato, e com o fantasma de Renato Casagrande (PSB) assombrando. Além de um Tribunal estratégico para proteger aliados ou detonar inimigos, por lá passarão suas próprias contas.
Murcho
Por falar em Hartung, a não ser essas movimentações de bastidores, o governador está meio apagado de alguns holofotes habituais. Já efeitos da planície?
Mudanças
O ex-prefeito de Marechal Floriano pelo MDB, Antônio Lidiney Gobbi, foi exonerado, a pedido, do cargo de diretor-presidente do Departamento de Imprensa Oficial (DIO). Assumiu Maria Beatriz Barros Kill. O órgão sofre processo de desmonte pelo governo Hartung.
De cargo em cargo
Gobbi ficou pouquíssimo tempo no posto e sua nomeação foi alvo de críticas do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado (Sindipúblicos), pela falta de perfil técnico para atuar na área. Antes, ele estava na diretoria de Infraestrutura de Reservação e Distribuição Hídrica da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh).
Mal na foto
Citada em escândalos de corrupção há anos e também denunciada pela péssima qualidade dos serviços, a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) vai realizar pesquisa quantitativa de opinião. O anúncio de licitação foi publicado no Diário Oficial desta quarta-feira e a abertura da sessão será no dia 11 de outubro, às 9h.
PENSAMENTO:
“Se os fatos não se encaixam na teoria, modifique os fatos”. Albert Einstein