Gandini, Assumção, Coser…e as cutucadas na Assembleia que já apontam para disputa em Vitória
Com as articulações para a disputa de 2024 já pegando fogo, não é raro que o assunto circule pelo plenário da Assembleia Legislativa, onde seis deputados aparecem nas movimentações em Vitória, alguns somente para ganhar espaço na mesa, outros para erguer palanques, de fato. Na sessão desta segunda-feira (12), pílulas eleitorais foram mais uma vez lançadas, em meio a discursos que marcaram a votação da cessão de um terreno pelo Governo do Estado à prefeitura, para construção de uma Unidade de Saúde (US) que atenderá a região de Grande Goiabeiras. De autoria do deputado Denninho Silva (União), aliado de Lorenzo Pazolini (Republicanos), o projeto foi aprovado com elogios ao governador Renato Casagrande (PSB) e cutucadas ao prefeito, candidato à reeleição. O bolsonarista Capitão Assumção (PL), ao declarar seu voto, disse: “estão antecipando o debate das eleições em Vitória, daqui a pouco me declaro candidato”. João Coser (PT) e Fabrício Gandini (Cidadania) assumiram a dobradinha de críticas ao atual prefeito. Certa hora, Coser falou: “A Capital tem orçamento, daqui a pouco a competência chega lá também”. O petista, principalmente, é considerado certo na disputa, repetindo o cenário de 2020, quando foi para o segundo turno contra Pazolini. Os nomes de Assumção e Gandini também estão na roda, assim como de Mazinho dos Anjos (PSDB), Camila Valadão (Psol) e Tyago Hoffmann (PSB). A tendência, porém, é que partidos de esquerda e da base de Casagrande afunilem em torno de Coser, assim como o campo bolsonarista lance novamente Assumção ou o deputado federal Gilvan da Federal (PL), ambos com votações altas no ano passado. Até a definição do quadro, cada um seguirá demarcando território, por enquanto, em tom ameno. Mas, piscou, a temperatura sobe. Eleição na Capital vai ser, no mínimo, declaração de guerra.
Alvo
O terreno em questão, no Bairro República, teve a doação acordada entre o ex-prefeito Luciano Rezende (Cidadania) e o governo, para construção do Centro Integrado da Perícia Técnica e Científica da Polícia Civil. Pazolini voltou atrás e foi alvo de insatisfações da categoria. Isso foi lembrado por Gandini, com eco de Coser. O projeto do Centro teve que ir para Cariacica.
Dentro-fora
Tyago Hoffmann também entrou no circuito. Um dos nomes citados pelo PSB como opção de candidato, ele mesmo reduziu o campo na Assembleia: “temos pelo menos três candidatos em Vitória aqui em plenário”. Depois, ao exaltar Casagrande, também mirou em Pazolini, dizendo que mesmo atuando como oposição, não foi negada a doação do terreno.
Dentro-fora II
Hoffmann é um desses nomes que não devem assumir candidatura. Ele acabou de chegar à Assembleia e o PSB se concentrará em apoiar Coser para derrotar o prefeito. O mesmo se prevê em relação ao Psol, de Camila, que ao lançar um palanque, poderá dividir votos na esquerda.
Leque
Já a Federação Cidadania-PSDB, não tem muito tempo, garantiu que terá candidato de todo jeito nos principais municípios do Estado, com foco em eliminar o PT. O processo é conduzido pelo ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas, um dos cotados. Na Assembleia, como dito acima, os nomes são Gandini e Mazinho (PSDB), mas também são lembrados Luciano Rezende e o ex-deputado estadual Sergio Majeski.
Desfecho
Por falar em Pazolini, a Câmara de Vitória não recuou no cabo de guerra e derrubou o veto ao projeto do aumento de salários. O placar foi na medida, oito votos favoráveis, justamente o mínimo exigido nesses casos. O presidente da Casa, Leandro Piquet (Republicanos), aliado e correligionário do prefeito, também se manteve firma na posição adotada nos últimos dias. Apesar de contrário ao aumento, votou pela derrubada do veto. Foi o último e decisivo voto.
Sintomático
O líder do Governo no legislativo municipal, Duda Brasil (União), também contribuiu para derrubar o veto. Isso tudo depois de apresentar um relatório a favor, na última semana, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Não assumiria tal posição à revelia do prefeito. Depois da polêmica, a base, ao que tudo indica, ficou livre, ao custo de assumir sozinha o ônus impopular da medida.
Tudo igual
No mais, se mantiveram coerentes os vereadores Anderson Goggi (PP), Aloísio Varejão (PSB), Dalto Neves (PDT), Karla Coser (PT), Luiz Paulo Amorim (SD) e Maurício Leite (Cidadania). Votaram sim antes e agora pela derrubada do veto. Da mesma forma, em sentido contrário, Leonardo Monjardim (Patri), André Brandino (PSC), André Moreira (Psol) e Davi Esmael (PSD). Luiz Emanuel (Republicanos) não votou antes, não votou no veto. Só se posicionou na CCJ, favorável à decisão do prefeito.
Quem mudou?
Chico Hosken (Podemos), que vem de desgaste por conta do processo de cassação do mandato, resolveu tomar distância do tema. Na primeira votação foi favorável, agora se ausentou. Já Vinícius Simões (Cidadania) foi contra na primeira votação e agora não compareceu.
Nas redes
“Coordenando uma Comitiva de Segurança Pública com destino a Israel. Iremos testar fuzis de última geração, que estão sendo adquiridos para a Polícia Militar e Polícia Civil. Acompanhe essa jornada (…)”. Coronel Alexandre Ramalho (Podemos), secretário de Estado de Segurança Pública, em novas publicações nas redes sociais que tentam propagar sua imagem para 2024.
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