O pé no freio do presidente estadual do PSL, Carlos Manato, depois do discurso empolgado do deputado estadual Capitão Assumção dizendo que os principais nomes do partido já estavam na “missão dada, missão cumprida” de ajudar o presidente Jair Bolsonaro a criar sua nova legenda, para então segui-lo, produziu efeito. Projeção divulgada pelo jornal O Globo nesta quinta-feira (14) inclui a deputada federal Soraya Manato no grupo de 27 dos 53 parlamentares que permanecerão no PSL, ao invés de acompanhar Bolsonaro na Aliança pelo Brasil. Pelo menos em tese! O atual cenário interno criado com a guerra partidária vai rachar a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados – um deputado a menos que o PT. O PSL passaria para a nona posição, enquanto a Aliança, caso consiga de fato ser efetivada em velocidade relâmpago, ocuparia a 12ª, o que no mercado nacional é visto como temeroso para votação dos projetos de interesse de Bolsonaro. A situação no Espírito Santo é, de todo jeito, complicada. Já está mais do que claro que tanto Soraya como três deputados da bancada da Assembleia – além de Assumção, Torino Marques e Danilo Bahiense – e o próprio Carlos Manato não veem a hora de acompanhar Bolsonaro na nova legenda, mas precisam, antes – à exceção de Manato – de respaldo jurídico, sob risco de perderem o mandato. Seja agora, depois ou lá na frente, sairão de todo jeito. O mesmo se diz sobre o ex-nanico PSL capixaba, que cresceu e apareceu há pouco tempo. Se não houver reviravolta nesse processo comandado por Bolsonaro, agora, depois ou lá na frente, o partido voltará ao seu tamanho original. Para quem chegou no momento de ascensão e apostava todas as fichas, são constatações impossíveis de serem ignoradas para projetos políticos futuros: sem Bolsonaro como marca principal, sem garantia de partido forte.
Porta fechada II
O discurso de Assumção, como tratado aqui, antecedeu até mesmo a reunião convocada por Bolsonaro com deputados federais do PSL para anunciar a criação da Aliança, com planos de levar com ele pelo menos 30. O presidente jura que tem uma solução, mas, se depender do presidente nacional Luciano Bivar (PE), jamais! Em guerra com Bolsonaro, ele não deixará passar sequer uma cadeira sem acionar a Justiça.
Porta fechada III
Essa insegurança jurídica e cautela em relação a Bivar é que fizeram as lideranças do Estado recuarem da meta anunciada por Assumção no plenário da Assembleia nessa terça-feira (12). Palavras dele, citando todo o bloco: “primeiro recolheremos as assinaturas numa ‘corrida contra o relógio’. Depois veremos se é possível sair imediatamente ou mais pra frente. Vamos para onde o presidente estiver”.
Conversa boa
Um candidato declarado a prefeito da Serra em 2020. Outro o atual prefeito, que ainda não emplacou um sucessor. O deputado estadual Vandinho Leite (PSDB) e Audifax Barcelos (Rede) fecharam um acordo que rende bastante bônus no eleitorado: o projeto que vai reduzir a taxa de iluminação pública do município. Em junho, os dois se articulavam sozinho para assumir a “paternidade” da medida. Agora posam juntos pra foto nas redes sociais. A conversa, pelo visto, foi boa.
Apelo popular
A proposta, que ainda vai à Câmara Municipal, garante, em 2020, isenção do pagamento da taxa a mais de 50 mil famílias carentes que possuem a tarifa social. Os demais moradores terão desconto de 10%. O próprio deputado afirmou, em suas redes sociais, que a aprovação já está encaminhada com os vereadores. Mas tratando-se do legislativo da Serra, tudo pode acontecer! Ainda mais em ano pré-eleitoral.
‘Parabéns’
O primeiro projeto sobre o tema foi protocolado na Câmara pelo correligionário de Vandinho, vereador Gilson Dadalto Raposão, com base nos estudos do deputado sobre o assunto que viraram denúncias contra a EDP. Foi aprovado, mas considerado inconstitucional pelo executivo, que apresentou outra proposta. O tempo passou, e aí está o desfecho. Além da foto, Vandinho dá “parabéns a Audifax” nas redes sociais.
Gás político
A ideia do deputado é ampliar a mesma proposta para todo o Estado, o que poderá servir de gás político por algum tempo. Como ocorreu no programa que liderou como secretário de Estado de Ciência e Tecnologia na gestão passada de Paulo Hartung, OportunidadES, de cursos profissionalizantes para a população. Vandinho rodou o Estado todo e fez “barba, cabelo e bigode”.
Plano em execução
Desde que saiu da prisão, o ex-presidente Lula só pensa em armar o tabuleiro político de 2020. Uma das metas principais é lançar candidaturas próprias nas capitais ou costurar alianças com partidos do Centrão (Solidariedade, MDB, PP e PL), desde que reservado espaço nos palanques para a defesa do legado petista. No Estado, porém…
Plano em execução II
…nada indica alianças nessa área e o PT, mais uma vez, deve ficar sozinho. Aí a pergunta se repete: quem vai pro “sacrifício” em Vitória, principalmente? A cotada, até outro dia, era a atual presidente do partido, Jackeline Rocha, que disputou o governo em 2018, mas aparece também no cenário em Cariacica. Mais alguém?
PENSAMENTO:
“Enquanto houver matadouros, haverá campos de guerra”. Leon Tolstói