Vereadores também não perdem tempo e derrubam veto de Arnaldinho. A conferir, os impactos…

(Atualizado às 19h10) A pressa do prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), em vetar o projeto que quase dobra seu salário, do seu vice, Cael Linhalis (PSB), e do secretariado a partir de 2025, para evitar desgastes políticos, foi a mesma da Câmara de Vereadores para manter sua decisão e arcar com o ônus da medida, totalmente impopular. Os parlamentares resolveram liquidar a fatura logo nesta segunda-feira (9), antes do protesto convocado pela sociedade civil organizada para quarta (11), no próprio legislativo, na intenção de marcar a rejeição ao aumento e cobrar o pagamento de abono aos servidores. O placar não foi unânime, como da primeira vez, mas contou com aliados fiéis do prefeito, algumas ausências, e apenas um voto pela manutenção do veto, da vereadora Patrícia Crizanto (PSB). A decisão encerra a polêmica da batata quente lançada por Arnaldinho no colo dos vereadores, ao lavar as mãos do projeto, que se revelou de interesse dos vereadores por contemplar outras categorias do funcionalismo, do abate-teto, já localizadas no topo da pirâmide. Ao mesmo tempo, acentua as rusgas entre Arnaldinho e o ex-aliado, Bruno Lorenzutti (MDB), o condutor da proposta e da aprovação. Resta saber, agora, os impactos imediatos à Câmara, e também à imagem do prefeito: o veto garante que Arnaldinho passe ileso ao crivo da população? De olho nos próximos capítulos!
Deixou correr
Apesar do veto, a presença de nomes muito próximos ao prefeito mostra que Arnaldinho não mobilizou sua base para impedir a derrubada do veto. Votaram, sim, inclusive, dois vereadores cotados para a Presidência da Câmara, Rogério Cardoso (Podemos) e Oswaldo Maturano (PRD).
Bolada
O projeto do reajuste elevaria os salários de Arnaldinho de R$ 15,3 mil para nada menos do que R$ 29 mil; do vice de R$ 13,3 mil para R$ 25,2 mil; e dos secretários de R$ 12,2 mil para R$ 22 mil. Difícil de engolir, de fato!
Puxou para cima
No caso do abono, tem também uma cobrança específica dos servidores da educação. A expectativa é de que os profissionais sejam contemplados assim como fez o prefeito Euclério Sampaio (MDB) em Cariacica. Ele saiu na frente e anunciou R$ 6 mil na última sexta-feira (6). Vila Velha, Vitória e Serra seguem no aguardo…
Não agradou
Para os servidores da educação do Estado, o valor foi bem menor, R$ 3,8 mil. Já as demais categorias ficaram com um abono de R$ 1 mil, menor do que o pago no final de 2023, sobrando, portanto, insatisfações.
Déja-vú
Em 2023, situação semelhante à vivida pelos vereadores de Vila Velha foi registrada na Câmara de Vitória, porém em projeto que aumentava o salário dos parlamentares. Após o desgaste da medida, o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) desfez o combinado e vetou a proposta, gerando uma crise até entre aliados. A Câmara arcou com o ônus e derrubou o veto.
Déja-vú II
Neste caso, o aumento também foi pomposo. Os vereadores da Capital passarão a receber R$ 17,6 mil na legislatura que se inicia em 2025 – hoje o salário é de R$ 9,9 mil – e ainda um 13º, pago em dezembro.
Relações perigosas
Renato Casagrande (PSB) e o empresariado capixaba têm encontro marcado com o ex-governador de São Paulo João Doria nesta terça-feira (10), às 18h30, no Palácio Anchieta, Centro de Vitória. O ex-tucano vem lançar no Estado mais uma “perna” do seu grupo Lide, que tem 24 unidades no Brasil, e reúne executivos de alta plumagem e conhecidos por suas relações políticas com governos e afins. Ou seja, tudo em casa!
Nas redes
“Momento construtivo com os deputados Alexandre Xambinho [Podemos] e Vandinho Leite [PSDB]. Trocamos experiências e reforçamos compromissos com o futuro da Serra, fortalecendo parcerias em prol da nossa cidade. Quando ideias e projetos se encontram, o resultado é sempre positivo (…)”. Weverson Meireles (PDT), prefeito eleito da Serra.