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Quebra-cabeça

Fusão do DEM-PSL, avanço entre PSB-PT, e as peças ainda soltas em torno do palanque de Casagrande

Leonardo Sá

Os movimentos registrados no mercado político nacional nesta semana abrem mais questionamentos sobre o cenário de 2022 no Espírito Santo, principalmente no que diz respeito às alianças em torno do palanque de reeleição do governador Renato Casagrande (PSB). No campo da fusão entre o DEM e PSL, que formarão o União Brasil, o ex-senador Ricardo Ferraço, filiado recentemente à legenda, é quem conduz os efeitos locais e já sinalizou caminhar junto novamente com Casagrande, apesar dos mandatos de oposição e ligados ao bolsonarismo exercidos pelas principais lideranças do DEM capixaba com mandato hoje, o casal Theodorico Ferraço e Norma Ayub. Esse bloco amplo nacional, que terá muito peso, não quer saber de Jair Bolsonaro nem Lula, e articula uma terceira via para a disputa à Presidência. O projeto para onde aponta Ricardo Ferraço, que também será candidato – ainda em aberto -, esbarra em outra seara, que tem no centro o PSB de Casagrande. Trata-se do diálogo cada vez mais avançado com o PT. No ciclo de reuniões realizadas por Lula em Brasília, a parceria entre os partidos, que não é nova, debateu os palanques estaduais e o apoio ao petista em 2022, com definições antecipadas em oito estados. O Espírito Santo é colocado na mesa há meses, considerando que a reeleição de Casagrande é meta prioritária da Nacional. A troca é pedir voto para Lula, que em alguns locais também negocia emplacar nomes ao Senado junto com os candidatos ao governo do PSB – por aqui, a não ser que surja novidade, isso ainda não está posto. Lá e cá, até agora, portanto, muitas conversas e propostas, mas o quebra-cabeça segue embaralhado.

Sete chaves
Em relação ao projeto de Ricardo Ferraço, ele já apareceu cotado a quase tudo: governador, vice-governador, deputado federal…mas não tem mostrado as cartas do jogo, nem pessoal, nem do DEM, embora lidere a legenda no Estado e saiba tudo do processo de fusão e suas consequências.

Ruídos
Quando as conversas entre o DEM e o PSL avançaram, relatei aqui na coluna a contradição interna do novo partido no Estado, que reúne opositores e alinhados de Casagrande. O tempo passou, viram que não tinha recuo no processo, e os discursos agora são de consentimento à união. Mas e sobre a condução do partido na direção do governador?

Ruídos II
O deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) indica pisar no freio para dar espaço ao filho Ricardo, agora Torino Marques e a deputada federal Soraya Manato, ambos do PSL, devem dar adeus à legenda na janela partidária, como previsto há muito tempo, desde que o partido saiu do campo de oposição para se alinhar a Casagrande, no início de 2020.

Incógnita
Até que o processo de fusão seja consolidado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fica tudo como está no comando do DEM e PSL capixabas. O acordo entre as legendas determinou 10 diretórios estaduais para o DEM, 17 para o PSL. Em qual bloco ficou o Estado é que são elas, ninguém sabe oficialmente.

Peso pesado
Sem as prováveis baixas que ocorrerão, principalmente por aliados de Bolsonaro, o novo partido terá a maior bancada na Câmara Federal, com 81 parlamentares – 53 do PSL e 28 do DEM. No Senado, chegaria a oito cadeiras. Já as fatias do fundo eleitoral, em 2020, somaram R$ 138 milhões para a gestão dos partidos e outros R$ 320 milhões para utilizar nas eleições municipais. O total seria 60% maior que o caixa do PT, o mais gordo do pleito passado.

Nas ruas
Por falar no PT, o ex-presidente Lula realizou reunião virtual com a militância de todos os estados na noite dessa quinta-feira (7) e convocou a presenças nas ruas todos os finais de semana, segundo ele, “para falar com o povo, defender o legado do partido e mostrar que o país tem alternativa”. A conferir!

Confete
A diretoria da poluidora Vale foi recebida pela procuradora-geral de Justiça, Luciana Andrade, nessa terça-feira (5). “Visita institucional”, divulgou o Ministério Público (MPES), exaltando o “diálogo” e o Termo de Compromisso Ambiental (TCA) assinado no Governo Hartung, que dizia estabelecer obrigações para a redução da poluição do ar, com anuência do órgão ministerial. Reduziu? Não! E pra quê essas visitas, mesmo?

Confete II
No mesmo dia, veja bem, outra entidade conhecida dos capixabas fez o mesmo. A Espírito Santo em Ação, que representa os interesses do grande empresariado, incluindo as poluidoras. Ai, ai…

Nas redes
Bolsonaro vetou a distribuição gratuita de absorventes com o argumento de que “seria inconstitucional, pois contraria o interesse público e privilegia um grupo específico”. É “privilégio” uma mulher pobre ter direito a absorvente? Não! É política social, saúde pública!

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