Bairro cobiçado por seu potencial de votos, Jardim Camburi entra na reta final de eleição comunitária com apoios e presenças políticas
Bairro cobiçado pela classe política devido ao seu elevado potencial de votos – o maior colégio eleitoral, com 60 mil pessoas -, Jardim Camburi elegerá, neste domingo (29), o novo comando da Associação Comunitária (AMJC), uma disputa já conhecida por mobilizar o mercado e atrair interesses de grupos de poder. Este ano, não diferente, estão na disputa à presidência da entidade dois candidatos com ligações que chamam a atenção. Um deles o ex-jogador de futebol Bruno Malias, que já faz parte da atual diretoria e agora tenta a cadeira principal. Candidato derrotado à Câmara de Vitória em 2020, pelo PSC, Malias foi absorvido pelo governo Renato Casagrande e ocupa, hoje, o cargo de gerente de Esportes de Formação e Rendimento da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Sesport-ES). Nas redes sociais, a chapa “Jardim Camburi para as famílias” tem defendido uma frente ampla, exaltando a parceria com a gestão estadual e também apoio do PT, incluindo não só o candidato ao governo, Fabiano Contarato, como o deputado federal Helder Salomão, a deputada estadual Iriny Lopes e o ex-prefeito João Coser. A professora e educadora popular Arlete Pereira disputa ao lado de Malias, como vice. No campo adversário, o cabeça de chapa é o sargento da Polícia Militar e pastor, Harley Glaucio. Com campanha mais tímida nas redes sociais, ele faz questão de dizer que “não possui filiação partidária”, assim como o vice, Alexandre Testinha, servidor da Câmara de Vitória. Nem por isso, as relações com lideranças políticas ficam distantes. Embora sem declarações diretas de apoio, os dois demonstram proximidade com o prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) e o vereador Denninho Silva (União). Harley foca em sua área para tentar atrair o voto dos moradores, com o lema da chapa “Jardim Camburi seguro, nós amamos, nós cuidamos”. Lembrando: um dos personagens principais dessa eleição é o deputado estadual Fabrício Gandini (Cidadania), que tem reduto no bairro e, em 2019, emplacou seu grupo no comando, agora representado por Bruno Malias, de quem também é “chegado”. Se vão levar mais essa, veremos em breve!
Juntos e misturados
Na relação com o governo do Estado, quem aparece nas postagens de Malias e inclusive participará de um bate-papo nesta quarta-feira (22), no bairro, é o ex-diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Givaldo Vieira (PSB). Eles têm falado de medidas efetivadas de melhorias para os moradores relacionadas ao órgão.
Sem curva
Também gravou vídeo para a “Chapa 1” o ex-vereador Vinícius Simões, presidente do Cidadania de Vitória, que, aliás, tem feito oposição sistemática, direta e reta, a Pazolini. Ele é candidato à Câmara Federal este ano.
Votos, votos, votos…
Dos outros nomes citados acima, de apoiadores das chapas em Jardim Camburi, todos se movimentam para o pleito de outubro. Givaldo tentará retornar à Câmara; Helder é candidato à reeleição, assim como Iriny; Coser e Denninho vão disputar a Assembleia; e Gandini também buscará a reeleição.
Palco
Já Pazolini, como se sabe, é o principal cabo eleitoral de Erick Musso (Republicanos) no projeto rumo ao Palácio Anchieta. A propósito, foi Jardim Camburi o palco recente da guerra declarada do prefeito a Renato Casagrande (PSB), quando denunciou suposta corrupção do governo, sem citar nomes nem provas, em evento de inauguração de uma escola, com a presença, também, de um bonde de políticos e aliados.
Restrito
A votação para o comando da Associação Comunitária será no domingo, das 9h às 15h, na UMEF Elzira Vivácqua e no Condomínio Atlântica Ville. Basta levar um comprovante de residência atualizado, RG e CPF. A participação dos moradores, porém, tem sido outro desafio. Do universo de 60 mil pessoas, apenas uma média de 2 mil têm comparecido nos últimos anos.
Tabuleiro
Em 2019, quem venceu o pleito foi o então servidor comissionado do ex-prefeito Luciano Rezende e também do Cidadania, Aloísio Muruce, tirando a entidade das mãos do grupo adversário, liderado na época por Enock Sampaio (PSD). A disputa contou ainda com o líder comunitário e atual diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTIV), Evandro Figueiredo, o menos votado.
Fora, não está
Desta vez, pelos menos em seus perfis nas redes sociais, Evandro não tem feito campanha pública. Mas, nos bastidores, o nome dele também é ligado à “Chapa 2”, o que de fato, é evidente.
Atrás da cadeira
Bruno Malias recebeu 1,5 mil votos na eleição à Câmara de Vitória em 2020. Evandro Figueiredo também disputou, obtendo 971 votos, e ainda Dr. Enock, mais atrás, com 632. Todos ficaram na condição de suplentes.
Amarrado
As movimentações do bairro, quase sempre, levam a esses outros voos. Assim como os políticos com mandatos não tiram os olhos de Jardim Camburi. Num sentido ou outro, fica tudo amarrado.
Nas redes
“O projeto das linhas auxiliares do bolsonarismo para o Brasil não é combater a inflação ou o desemprego, mas cobrar mensalidades nas universidades PÚBLICAS e até pelo uso do SUS. Essa coalizão não cansa de sapatear na cara do Povo”. Fabiano Contarato, senador pelo PT.
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