PSD-ES saiu das mãos de um bolsonarista convicto, mas deverá seguir, com Colnago, mesmo apoio na disputa à Presidência da República
Depois de muitas tentativas frustradas de erguer uma candidatura própria à Presidência da República, o PSD Nacional, liderado por Gilberto Kassab (SP), passou a defender a neutralidade no primeiro turno, mas resolveu liberar suas executivas regionais a definir seus apoios na disputa. Um tempo depois da decisão, eis que surge o placar: pelo menos em 12 estados, a legenda tende a ficar do lado do presidente Jair Bolsonaro (PL), em detrimento de nove com Lula (PT), que há meses corteja Kassab. Num passado bem recente, o caminho seguido pelo PSD capixaba seria mais do que óbvio: o ex-presidente estadual da legenda, deputado federal Neucimar Fraga, desde que assumiu o cargo, como suplente, virou um bolsonarista fervoroso. Ele migrou para o PP na janela partidária e, como se sabe, o PSD passou para as mãos do ex-vice-governador e ex-tucano César Colnago, tendo como vice-presidente José Carlos da Fonseca Júnior. O projeto prioritário, até segunda ordem, é a candidatura ao governo do ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon, ex-MDB. Atrelada a algum palanque nacional ou neutro? A previsão é fechar com Bolsonaro, como mostra levantamento divulgado pela Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (25), que também coloca a possibilidade desse apoio ser oficial ou extraoficial. Em um caso ou outro, será o novo PSD no Estado, pero no mucho…
Torcida A
Além do Espírito Santo, a Folha listou os seguintes estados que devem apoiar Jair Bolsonaro na disputa à reeleição: Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina, Paraná, Roraima, Rondônia, Pará, Amapá e Mato Grosso.
Torcida B
Já no campo do principal adversário, Lula, que inclusive é mais próximo de Kassab, a previsão é contar com Minas Gerais, Sergipe, Amazonas, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Bahia e Rio de Janeiro.
Nem um, nem outro
Cinco estados restantes sinalizam adotar, de fato, a neutralidade: São Paulo, Acre, Alagoas, Tocantins e Maranhão.
Filho único
De fora da lista ficou o Ceará, imagine o motivo! Isso mesmo, o PSD apoiará o presidenciável que é da terra, Ciro Gomes.
A ver navios
Kassab, vale lembrar, tentou de tudo para ter um candidato para chamar de seu na disputa à Presidência. A empreitada começou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chegou no ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e também no ex-governador do Estado, Paulo Hartung (sem partido). Não emplacou ninguém.
Confete
Hartung, inclusive, passou meses deixando essa oferta rolar sem negativa, mantendo-se na imprensa nacional como peça cobiçada das eleições, uma máxima, tratando-se dele. Por meses alimentou, ainda, que se filiaria ao PSD, o que igualmente não aconteceu.
Terceira via
No “novo PSD”, aliás, a linha de frente é toda hartunguete, que ao contrário do caminho cotado no levantamento da Folha, rejeita tanto Bolsonaro quanto Lula, e se mantém no mercado como um dos personagens principais em defesa da terceira via na disputa deste ano.
Na mesma
Por falar em Ciro Gomes, no programa que tem realizado no YouTube, Ciro Games, o convidado da noite dessa terça-feira (24) foi o governador Renato Casagrande (PSB). Entre elogios trocados e reforço de amizade entre os dois, passaram-se vários assuntos envolvendo política nacional e local, mas nada de novidade saiu da boca de Casagrande.
Na mesma II
Ciro Gomes não perdeu tempo e puxou temas como a federação entre o PSB e PT, da qual Casagrande se posicionou contrário, e a aliança entre as legendas, que persiste, embora com ruídos em alguns estados. Um deles o Espírito Santo, como reconheceu o governador. “Temos até julho para resolver”, apontou, sem acrescentar informação alguma sobre o impasse com o PT no Estado e a candidatura do senador Fabiano Contarato, prestes a ser lançada oficialmente.
Nas redes
“Nossos policiais merecem respeito! E é este trabalho que estamos fazendo com a Frente Parlamentar de Valorização Salarial de Policiais e Bombeiros, que iniciamos nesta quarta-feira (25). Temos perdas históricas e nosso diálogo vai servir para encontrarmos soluções aos nossos heróis e às nossas heroínas!”. Deputado estadual Danilo Bahiense (PL), abrindo mais uma ofensiva bolsonarista contra o governador Renato Casagrande (PSB).
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