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Recado público

De Erick Musso para aliado de Casagrande na Amunes: Victor, você vai respeitar a Assembleia!

Ales/Redes sociais

O presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), protagonizou mais um episódio nesta terça-feira (27) que lança holofotes sobre sua relação com o governo Renato Casagrande. As críticas foram apresentadas como um embate entre poderes, mas são sintomáticas por envolver o presidente da Associação dos Municípios do Estado (Amunes), Victor Coelho, correligionário e aliado do governador, alçado recentemente ao cargo em articulação do Palácio Anchieta, e reeleito à prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim (sul do Estado) em 2020 também como prioridade dos planos do grupo de Casagrande. No meio da sessão ordinária, Erick comunicou aos deputados que Victor enviou um email, “solicitando, quase mandando”, que o legislativo aprove os projetos de prorrogação de decretos de calamidade nos municípios protocolados na Casa. Dizendo fazer a manifestação pública em “defesa da Assembleia e dos deputados”, Erick Musso avisou que não irá pautar projetos da Amunes desta forma, sem um pedido de reunião ou uma ligação. “Victor, você vai respeitar a Assembleia”, disparou, com outro aviso: “O que estou vendo aqui é uma ordem, ele vai mandar na Amunes e na prefeitura de Cachoeiro, na Assembleia, não!”. Dito isso, Erick informou que a decisão sobre quais municípios terão os decretos levados ao plenário será dos deputados, e que “ainda há tempo para uma retratação” do presidente da Amunes. Depois de tudo, veio com a seguinte frase: “Não estou querendo aqui apagar fogo com gasolina”. Imagina…

Rápido
O conflito com a Assembleia ocorre antes mesmo de Coelho esquentar a cadeira de presidente da Amunes. Ele tomou posse no início deste mês, em chapa de consenso costurada pela gestão estadual e pelo ex-ocupante do cargo, Gilson Daniel (Podemos), hoje secretário de Governo de Casagrande. Gilson foi citado por Erick Musso, mas em tom contrário, como “um legado importante”.

Segunda posição
A diretoria da Amunes, é bom lembrar, tem na vice-presidência um prefeito do partido de Erick, Luciano Pingo, de Ibatiba.

Vespeiro
Nesse primeiro momento, a fala de Erick não teve tanta repercussão em plenário, restando a poucos deputados elogiá-lo pela repreensão a Victor Coelho. Mas, tudo indica, terá desdobramento.

‘Vitimismo’
Na primeira sessão da Câmara de Vitória após as últimas agressões verbais de Gilvan da Federal (Patri) às vereadoras Camila Valadão (Psol) e Karla Coser (PT), nesta terça-feira (27), ficou clara a resistência do plenário em admitir o machismo e a violência política de gênero. Em muitos discursos, até quando a tentativa era exaltá-las, sobrou a palavra “vitimismo”.

Urnas
As duas vereadoras fizeram discursos importantes, reafirmando que não se calarão e que a questão ultrapassa os limites da Câmara, ao envolver a luta de todas as mulheres. Outro ponto essencial repetido por elas e, que, de fato, não pode ser esquecido: o respeito aos votos que tiveram nas urnas e a seus eleitores. A população de Vitória, aceite a maioria da Câmara conservadora e de direita ou não, elegeu duas mulheres e de partidos de esquerda. Mais votadas, inclusive, que o mais extremista, Gilvan da Federal.

Nível
E o vereador, afinal? Nada diferente do esperado para alguém do seu perfil. Fez mais alguns discursos absurdos, avisou que manterá o confronto, “está pouco se lixando” e “não se senta com o diabo”, referindo-se ao Psol e ao PT.

Quebra de decoro
O que mudou mesmo, além do incômodo de alguns vereadores pela exposição decorrente da repercussão do caso, foi a instauração da Corregedoria-Geral da Câmara, permitindo, então, que Camila Valadão protocolasse representação contra Gilvan por prática de atos incompatíveis com a ética e decoro parlamentar. As penalidades sugeridas são advertência verbal e a suspensão das prerrogativas.

Teste
Tratando-se de legislativos, porém, não é novidade que costuma prevalecer o corporativismo, reservando aos processos as gavetas. O teste no colegiado, neste caso de Gilvan, será determinante para entender se a Câmara só agiu para mostrar serviço diante das sucessivas críticas a esses episódios, que ocorrem ainda no início da atual legislatura, ou se realmente vai fechar o cerco a esse show de desrespeito e horror. A conferir!

Nas redes
“Começa a CPI da Covid: o Senado pode fazer História, responsabilizando Bolsonaro pela gestão trágica de uma pandemia que, por ação e omissão do governo, já custou a vida de mais de 392 mil pessoas no Brasil. Confio e farei o que estiver ao meu alcance para que prevaleça a Justiça!”. Fabiano Contarato, senador pela Rede.

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Costura palaciana

Sem fazer alarde, Victor Coelho sobe mais um degrau político ao ser confirmado para a Amunes


https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/costura-palaciana

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