Riscou o fósforo
Que o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), não compraria a bronca dos vereadores com a história do aumento dos próprios salários em quase 100% - de R$ 8,9 mil para R$ 17,6 mil -, que pegou muito mal entre a população, já era esperado. Mas também não se imaginava que a decisão de vetar a medida fosse tomada de supetão, sem diálogo e busca de consenso com sua base na Câmara, incluindo o presidente, Leandro Piquet (Republicanos). Tanto que os impactos da decisão reverberam nos bastidores durante toda esta terça-feira (30), com sinalizações de muitos capítulos pela frente. O próximo e principal deles, a votação em plenário do veto, que pode ser derrubado. O clima é de ânimos exaltados e incêndio político. Com o veto total, alegando inconstitucionalidade, Pazolini pulou fora do problema, mas a situação que já era favorável para os vereadores, piorou. Agora, o B.O exigirá, digamos, uma reincidência, o que resultará em um novo desgaste à imagem! E os vereadores, como se sabe, já estão em movimentação aberta para as eleições de 2024, assim como Pazolini! Esse cabo de guerra afrouxa ou arrebenta? Logo, logo, veremos!
Conta altaO aumento aprovado na Câmara só vale para 2025, mas a conta é cobrada agora. Eliminando a sanção, que seria demais para Pazolini, o que ele poderia fazer, além do veto? Deixar passar o tempo para se manifestar, de 15 dias, o que jogaria a peteca para Piquet, a quem caberia promulgar o projeto. Seria, talvez, um caminho do meio...
Faltou
Estaria o prefeito, desta forma, livre de sofrer respingos de insatisfação popular? Não! Mas também tem efeito político e na gestão chutar o balde na direção da Câmara, por onde passam os projetos do executivo. Definitivamente, faltou Pazolini combinar!
Desata?
No parecer da Procuradoria de Vitória, dois pontos são levantados para justificar a inconstitucionalidade: o aumento deveria ter sido por projeto de resolução, e não projeto de lei; e o 13º, aprovado junto, ultrapassaria o salário do prefeito, que é pouco mais de R$ 18 mil. Impôs um nó para os vereadores, ávidos por engordar o cofre do mês.
Não faltou
Há pouco tempo, como algumas diferenças, o governador Renato Casagrande (PSB) vetou o aumento ao seu salário, do vice e dos secretários, que servem de referência para outras categorias de servidores do topo da pirâmide. Casagrande enviou o veto à Assembleia e combinou.
Não faltou II
Na justificativa, o governador enviou ao legislativo uma justificativa para tirar seu corpo da reta, de que era contra, coisa e tal, mas a própria base discursou e conduziu a votação em sentido contrário. Um veto com aval, para atender a ambos os interesses.
Luta constante
Nesta terça-feira (30), os indígenas ecoaram na Assembleia a cobrança por respeito, legitimidade do território e derrubada do Marco Temporal, projeto articulado pela bancada ruralista. Fala nesse sentido foi feita em plenário pelo Cacique Toninho, representando os Tupinikim e Guarani de Aracruz, norte do Estado. As ações do Estado se somam ao movimento nacional contrário à aprovação da proposta.
Ai, ai...
Cacique Toninho citou nominalmente os parlamentares da bancada capixaba que foram favoráveis à urgência do PL, na semana passada: Amaro Neto e Messias Donato, do Republicanos; Evair de Melo e Da Vitória, do PP; e Gilvan da Federal (PL). Depois, o deputado Danilo Bahiense (PL), que presidia a sessão, resolveu citar o Regimento Interno, para pontuar que é proibido "falar mal ou denegrir deputados".
Ai, ai II...
O aviso de Bahiense me deixou até confusa. Não pode criticar nenhum parlamentar do Estado em plenário? Só podem os próprios deputados estaduais, que metem o pau em todo mundo, todos os dias? Inclusive, pouco antes da fala do cacique, era isso que acontecia em relação à vereadora da Serra, Raphaela Moraes (Rede).
Baixaria
Os ataques a Raphaela tiveram início ainda nessa segunda-feira (29), pelas redes sociais, após a divulgação de uma declaração dela de que a população da Serra se sentia mais segura na presença da Guarda Municipal do que da Polícia Militar. Quem puxou o assunto na Assembleia foi Capitão Assumção (PL), seguido de Denninho Silva (União)...
Baixaria II
Entres as palavras para desqualificar a vereadora, foram disparadas "recalcada", "depressiva", "coitada" e "fanfarrona". Assumção chegou a sugerir, ainda, "buscar a ficha dessa cidadã".
Ignorou
Alcântaro Filho (Republicanos), que é de Aracruz, apareceu ao microfone logo depois do discurso do Cacique Toninho. Prestou solidariedade aos peritos, presentes nas galerias, abordou a segurança pública, mas os indígenas, mesmo, fingiu que nem viu.
Nas redes
"RU popular é condição fundamental de permanência na universidade! Todo apoio à luta dos/as estudantes da Ufes em defesa da alimentação e dos princípios do restaurante universitário". Camila Valadão, deputada estadual pelo Psol.
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