Domingo, 30 Junho 2024

Show e horror

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Redes Sociais
Um dia após a derrota no plenário da Assembleia Legislativa que arquivou o projeto que criminaliza as ocupações e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), os bolsonaristas iniciaram uma investida que vai além do jogo político e não pode ser ignorada. Na esteira da visita de lideranças nacionais da extrema direita ao Estado, para o lançamento da pré-candidatura do coronel Alexandre Ramalho (PL) à Prefeitura de Vila Velha, nesta quinta-feira (27), resolveram gravar um vídeo ao ar livre, com armas de variados modelos em punho, em que repetem, como costumam fazer, xingamentos aos "invasores de terra", mas também fazem avisos: "invadiu terra, tem que meter bala, é bandido", com a ênfase reiterada: "é na bala!". As "estrelas" do bolsonarismo que vieram incensar Ramalho e falam no vídeo são os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) e Sargento Fahur (PSD-PR). Eles aparecem ao lado do deputado estadual Callegari (PL) e do deputado federal Gilvan da Federal (PL). Duas outras pessoas - uma delas Dinho Souza, pastor da Igreja Povo da Cruz, da Serra - completam o cenário e o enredo, iniciado ainda no Aeroporto de Vitória, quando os parlamentares e apoiadores exaltavam a presença da "bancada da bala". A Fahur e Callegari – este como uma camisa de "não matarás", com a imagem de um feto - coube a ameaça de "meter bala", enquanto Gilvan defendeu "o agro e a propriedade privada" e Eduardo Bolsonaro ficou com a outra parte da estratégia a partir de agora: atingir os deputados estaduais que votaram pela manutenção do veto do governador Renato Casagrande (PSB). "Nunca foi tão fácil votar, esses caras terão encontro marcado com o eleitor daqui a pouquinho", lançou o filho do ex-presidente da República. O "take" fecha com o coro de "força e honra", lema bolsonarista, para completar o show...de horror!

Mais
No texto que acompanha o vídeo, Callegari acrescenta: "quero deixar anotado que a luta contra esses terroristas não terminou e a base da direita vai continuar no combate contra esses marginais que se utilizam das políticas sociais para se beneficiar e invadir propriedades privadas. Fora Movimento Sem Terra".

Outros alvos
Sobre os colegas de plenário que votaram em defesa do veto, ele diz que "facilitaram a vida de vagabundo". A posição repercute nas redes sociais de movimentos de direita, que abriram uma campanha e divulgam as fotos de 14 parlamentares, chamando-os de "inimigos do agro" e a favor de "invasores de terras".

Outros alvos II
As fotos incluem os três que mantiveram a posição e votaram a favor do veto; os quatro que recuaram da primeira votação, que aprovou o projeto de Lucas Polese (PL); e os sete ausentes à sessão dessa quarta.

Outros alvos III
São eles, por ordem e bloco: Camila Valadão (Psol), Iriny Lopes (PT) e João Coser (PT); Mazinho dos Anjos (PSDB), Tyago Hoffmann (PSB), Dary Pagung (PSB) e Denninho Silva (União); e Vandinho Leite (PSDB), Bispo Alves (Republicanos), Alexandre Xambinho (Podemos), Allan Ferreira (Podemos), Fabricio Gandini (PSD), Janete de Sá (PSB) e Raquel Lessa (PP). Veremos as cenas da próxima semana...

Mesa de articulação
Na disputa majoritária da Capital, o empresário Du Kawasaki, que acaba se de colocar no jogo pelo Avante, se reuniu nessa quarta (26) com outro nome, a vice-prefeita, Capitão Estéfane, e o presidente estadual do Podemos, deputado federal Gilson Daniel. Saíram emitindo sinais de parceria nas redes sociais.

Segue...
Capitã Estéfane, como se sabe, é a única pré-candidatura do campo de centro de Casagrande que "sobrou" no cenário, considerando que os demais partidos – grupo dos seis – se reuniram em torno do ex-prefeito tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas. Estão nesse bloco, além do PSDB/Cidadania e do PSB, o MDB, União Brasil e PSD.

Fora do jogo
Em Colatina (noroeste do Estado), como já indicado nas últimas semanas, o PT não disputará a prefeitura. O ex-deputado Genivaldo Lievore, que só apareceu, mesmo, no início das articulações, caminhará junto com o prefeito, Guerino Balestrassi (MDB).

Frente mais ampla
Com a entrada do PT, que é federado com o PV e PCdoB, Balestrassi aumenta sua rede de aliança, que já contava com cinco partidos: o PSB, de Casagrande, o Podemos, o PDT, o PP e o PRD.

Nas redes
"(...) esse teatro a gente já conhece, são quatro anos fazendo perguntas ao prefeito, e ele não respondendo. Sempre se apegando a uma coisinha ou outra que a gente fala, para fazer um grande discurso, um drama...hoje ele até chorou (...). Uma tristeza que a cidade Vitória tenha escolhido esse caminho. A nossa esperança é que esta seja a penúltima prestação de contas dele (...)". Karla Coser, vereadora pelo PT, sobre a presença obrigatória de Lorenzo Pazolini (Republicanos) na Câmara nesta quinta-feira.

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Campanha de bolsonaristas contra veto de Casagrande só conseguiu cinco votos de partidos alinhados ao governo
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