Uma eleição acontece mesmo no primeiro turno, pois é quando se escolhe deputados e senadores. No segundo, sem esse elenco, restringe-se apenas aos candidatos ao governo. E aí, é outra disputa.
Na realidade capixaba, esse segundo turno parece distante, diante do forte favoritismo do ex-governador Renato Casagrande (PSB), que tem condição de liquidar esta fatura no próximo dia 7 de outubro. Entretanto, eu sou daqueles que não vê este segundo turno como já, definitivamente, eliminado.
De todo jeito, Casagrande está em campo para construir uma Assembleia Legislativa que lhe traga tranquilidade para governar, mas é nesse propósito que tromba com o governador Paulo Hartung, que também quer ter um legislativo favorável, permanecendo ativo na política.
Quando se olha a pretensão de um e de outro, percebe-se que os cotados a saírem vitoriosos do pleito vão estar com os dois. É possível entendimento? Isso tem nexo para o futuro? Até pode ter, já que ambos estavam, há pouco tempo, de mãos dadas por conta do projeto Unanimidade, que, aliás, reconheço que vivo mencionando, mas acho que explica muita coisa na política capixaba.
O sentido de futuro, porém, ainda acredito que não inclui nem Casagrande nem PH, mas sim o prefeito de Vila Velha, Max filho (PSDB); o prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede); o deputado federal Sérgio Vidigal (PDT); e até o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS). Sem esquecer-se, é claro, da possibilidade de surgir outra figura de peso depois que as urnas se fecharem.
Já na árdua disputa ao Senado, Casagrande gasta, nesta reta final de campanha, prestígio com o candidato Marcos do Val (PPS) e sua marca SWAT, numa eleição que tem os senadores Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PSDB), e o delegado Fabiano Cantarato (Rede) em acelerado crescimento.
Não quero dizer que o candidato dele não possa ganhar a eleição. Ao contrário. Até pode, mas pela mão de Casagrande, terá seu preço no cenário político futuro do Estado.
A disputa ao Senado, é importante lembrar, passa pela de deputado federal, pois acaba sendo um anexo desta. É a partir da disputa à Câmara que o eleitor se informa do candidato ao Senado (é uma confusão para o eleitor ter de votar em dois candidatos, como ocorrerá este ano).
E na Câmara, o cenário sinaliza que, das 10 vagas de deputado federal, provavelmente 60% virão de reeleição. Entre os nomes que aparecem nos bastidores como cotados estão Sérgio Vidigal (PDT); Paulo Foletto (PSB); Lelo Coimbra (MDB); Evair de Melo e Marcus Vicente (correndo risco com o avanço de Cabo Max), do PP; Helder Salomão (PT); e Norma Ayub (DEM).
Dos novos, são citados com chances de chegar lá: Lauriete (PR) – à sombra do seu marido e senador Magno Malta -; Da Vitória (PPS); Neucimar Fraga (PSD); Gilsinho Lopes (PR); Luiz Paulo Velozo Lucas (PSDB); e Amaro Neto (PRB) – previsto para arrebentar a urnas com mais de 150 mil votos, enquanto a média está em 60 mil.
Quem prestar atenção no movimento da eleição para deputado federal, terá, portanto, uma noção da perspectiva da composição da próxima bancada capixaba no Congresso Nacional.
O tabuleiro político do Espírito Santo está a poucos dias de ser, enfim, consolidado.