Adilson Espindula, Gandini e Vandinho: a base que votou com a oposição (de novo!) na tentativa de derrubar o uso de câmeras por policiais penais
A tentativa do deputado bolsonarista Callegari (PL) de derrubar a portaria da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus) que determinou o uso de câmeras corporais por policiais penais no sistema prisional, como previsto, não prosperou no plenário da Assembleia Legislativa na sessão desta segunda-feira (13) e o projeto foi arquivado. Prevaleceu o parecer do deputado Mazinho dos Anjos (PSDB), presidente da Comissão de Justiça, que relatou pela inconstitucionalidade. O placar não passou, porém, sem registrar mais uma vez a adesão da base a um movimento liderado pela oposição. Adilson Espindula (PDT), Fabrício Gandini (Cidadania) e Vandinho Leite (PSDB) se posicionaram contrários à medida do executivo, mostrando que, apesar da atuação como bombeiro do próprio governador Renato Casagrande (PSB) e de interlocutores nas últimas semanas, ainda persistem os sinais de insatisfações que passaram a ecoar há um mês entre a base. No caso de Adilson, com direito a um novo discurso crítico, reto e direto, cobrando outras prioridades na área de Segurança Pública, o que, como já analisado aqui, destoa totalmente da postura adotada por ele na última legislatura. Gandini e Vandinho nada disseram ao microfone desta vez, mas seguem cravando sua marca antagônica ao governo, dia sim, dia também, agora com movimentos ampliados com foco nas eleições de 2024. O trio, por enquanto, não dá sinais de sair da contramão dos interesses do Palácio Anchieta. Quer dizer, a qualquer hora, vêm mais colisões políticas!
Grupo
O placar contra o parecer de Mazinho, acompanhado por Adilson, Gandini e Vandinho, reuniu os bolsonaristas do PL – Capitão Assumção, Callegari, Lucas Polese e Danilo Bahiense -, Coronel Weliton (PTB) e Theodorico Ferraço (PP), este último também rompido com o governo.
Grupo II
Dois “paparam mosca”: Alcântaro (Republicanos) e Zé Preto (PL). Simplesmente perderam a votação. Depois ainda tentaram recuperar, mas, gente?!
Posição e muro
Quem se fez presente no plenário, com discurso efusivo a favor das câmeras, por conferir transparência à atuação de policiais, foi Serginho Meneguelli (Republicanos). Aliás, só ele e Camila Valadão (Psol) se posicionaram de fato. No mais, prevaleceu a máxima do “em cima do muro”: não sou contra o mérito, mas é inconstitucional.
Riscou o fósforo
Em meio aos debates, Polese ressuscitou o caso das delações da Odebrecht, de 2017, quando Casagrande foi citado pelo ex-executivo da empreiteira, Sérgio Neves, por ter recebido doações ilegais no valor de R$ 1,8 milhão. O líder do Governo, Dary Pagung (PSB), interviu para que não constasse em ata a acusação. Janete de Sá (PSB) presidia a sessão e acatou. Aí rendeu…
Riscou o fósforo II
O apelido Centroavante, como constava na planilha divulgada na época, foi repetido por Assumção. Mais adiante, ao final da sessão, Polese retomou o assunto e vieram as forras bolsonaristas. Danilo Bahiense (PL) presidia a sessão e pediu para reinserir as falar nas notas taquigráficas da Assembleia. Veremos se ficará por isso mesmo.
Em tempo…
As acusações do caso Odebrecht não resultaram em investigação e ações judiciais contra o governador, que sempre as negou. Na campanha de 2022, aliás, também foram usadas pelo adversário Carlos Manato (PL) para tentar desgastar a imagem de Casagrande.
Mais carga
Voltando em Gandini, na semana passada, quando o governador estava no olho do furação por cobranças em cadeia dos movimentos sociais, ele também exibiu, no plenário da Assembleia, um trecho de vídeo de promessa de campanha não cumprida. Tratava-se do piso da enfermagem, que Casagrande falou que pagaria a partir de janeiro. E nada ainda.
Mais carga II
A propósito, no final de 2022, analisei aqui na coluna o cenário indicado para esse início de gestão, após tantas assinaturas e promessas feitas por Casagrande no segundo turno eleitoral. Àquela altura, já se sinalizavam problemas e falta de diálogo, que se agravam cada vez mais. Não é possível que o governo ache que essa é a melhor estratégia para levar os próximos anos.
Nas redes
“Amanhã marca meia década desde o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Há 5 anos não sabemos quem mandou matar Marielle! Por isso, este 14 de março, será mais um dia para cobrarmos por justiça! É uma vergonha pra nossa democracia a falta de solução para esse caso. É uma vergonha que ninguém tenha sido ainda condenado por essas mortes (…). Camila Valadão, deputada pelo Psol, convocando para ato na Praça Costa Pereira, às 17h.
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