Com três novatos, maior bancada da Assembleia abre ano com discurso ensaiado em defesa de Assumção. Já sobre o governo e Casagrande…
Se vão atuar alinhados, de fato, em relação ao governo do Estado e a Renato Casagrande (PSB) no plenário da Assembleia Legislativa, ainda não se sabe, mas os deputados do PL, partido que representa a maior bancada partidária da atual composição da Casa, começaram os trabalhos, nesta terça-feira (7), em coro coletivo. O assunto em comum, obviamente, foi a decisão judicial contra Capitão Assumção, principal cadeira opositora de Renato Casagrande (PSB), referente à investigação de atos contra o Supremo Tribunal Federal (STF), divulgação de fake news, atuação de milícias digitais e organização dos atos antidemocráticos, que o obriga a usar tornozeleira eletrônica desde 15 de dezembro do ano passado. Os discursos repetiram a máxima bolsonarista que tenta inverter a questão, ao tratar o caso como “ataque à liberdade de expressão” e “crime de opinião”. Nessa linha seguiram os novatos Callegari, Lucas Polese e Zé Preto, assim como Danilo Bahiense e o próprio Assumção, que chegou a retirar a tornozeleira durante sua fala, chamando-a de “esta porcaria” e “um negocinho atrapalhando”. Nas poucas horas que duraram a sessão, aliás, já deu para perceber o perfil de cada um dos cinco integrantes. Se fosse comparar, Callegari e Lucas Polese estão mais para Assumção, enquanto Zé Preto para Danilo Bahiense. O tempo dirá!
‘Tá que tá’
Callegari, o que mais se fez presente no plenário, com pronunciamento também sobre outra bandeira da direita, o aborto, inclusive com alegações que não consideram o “x” da questão, já tinha inaugurado essa defesa ao correligionário na sessão dessa segunda-feira (6), de instalação do ano legislativo. Repetiu com mais detalhes, puxando o resto do bloco.
Suave
No quesito governo do Estado, Bahiense sempre foi mais ameno e recebeu acomodação na nova Mesa Diretora – segundo vice-presidente -, com aval de Casagrande. Tudo indica que também conseguiu o espaço que queria nas negociações para composição das 16 comissões permanentes, a de Segurança Pública. Não deve ser um calo no sapato da atual gestão.
Sedentos
Por outro lado, esse papel, certamente, caberá a Assumção e Polese. O militar, todo mundo já conhece, é opositor ferrenho e exaltado. Já o jovem deputado é personagem de uma guerra com Casagrande há anos. Não darão folga ao executivo.
Opostos
A dúvida sobra, mesmo, em relação aos tons que serão adotados por Callegari e Zé Preto. O primeiro já afirmou que será oposição ao governo, mas tirou Casagrande do foco. O outro se adiantou em sentido contrário e disse que, apesar do PL, vai atuar em sintonia e parceria com o governador. Veremos!
E a tornozeleira?
Inesperado mas não surpreendente, tratando-se de Assumção, a cena da retirada da tornozeleira na sessão transmitida pela TV Assembleia. Ele já tinha descumprido a decisão do ministro Alexandre de Moraes, ao fazer publicação nas redes sociais, apagando horas depois. No caso desta terça, comunicou, com o equipamento erguido em mãos: “depois eu coloco de novo”.
Pacotão
O presidente da Assembleia, Marcelo Santos (Podemos), já de largada, deferiu cinco pedidos de CPIs, de dois aliados da base. Janete de Sá (PSB) propôs novamente a de Maus-Tratos contra os Animais, e Mazinho dos Anjos (PSDB), quatro: abuso sexual e violência contra crianças e adolescentes; cumprimento de contratos de concessão de rodovias; comercialização e manuseio de explosivos e combustíveis; e trabalho infantil.
Entrelinhas
Os atos acabaram revelando ruído entre os tucanos Vandinho Leite e Mazinho. Sem entender os deferimentos, por questões que levantou sobre a quantidade de assinaturas exigidas para criação de uma CPI, Vandinho levantou questão de ordem e acusou Mazinho de “manobra, e muito mal feita”.
Entrelinhas II
O presidente regional do PSDB também deixou no ar pergunta em relação à Casa Civil, que, tudo indica, deixou de fazer alguma conversa combinada. Vandinho aguarda a aprovação de sua CPI, com objetivo de apurar denúncias de irregularidades nos procedimentos de regularização fundiária do Estado.
Pingos nos is
As contradições dos blocos parlamentares anunciados na última semana foram sanadas. Na leitura dos ofícios, nesta terça-feira, consta o que reúne os partidos Republicanos, PL e PTB e o da base, reformulado: PSB, Podemos, União, PSDB, Cidadania, PT, Patriota e PDT.
Segue…
O primeiro tinha sido informado pelo deputado Hudson Leal (Republicanos), envolvendo os principais nomes de oposição a Casagrande. O segundo pelo líder do Governo, Dary Pagung (PSB), incluindo todas as legendas com representação na casa, inclusive esses mesmos três. Ou seja, faltou combinar direito.
Fora
O único que fez questão de oficializar que está fora de qualquer bloco foi Theodorico Ferraço (PP). O deputado, como se sabe, saiu pé da vida das interferências do governo nas articulações da eleição da Mesa Diretora, que consagrou deu adversário político, e se declarou “independente”.
Nas redes
“Superlotação no PA de São Pedro. Horas de espera para o atendimento. Fui chamado pelos usuários a ir no local fazer uma fiscalização (…) absurdo desrespeito da prefeitura com a população de Vitória, inclusive com idosos. Alegaram que o sistema caiu no PA. Cobrei que haja um plano B para lidarem com esse problema que trouxe insatisfação e extremo desconforto para a população. Na verdade falta gestão, cuidado com as pessoas (…). Vinícius Simões, vereador de Vitória pelo Cidadania.
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