Se o governador Paulo Hartung (PMDB) tem o economista Armínio Fraga como seu grande aliado em nível nacional para difundir sua imagem, o ex-governador Renato Casagrande (PSB) agora parece ter encontrado o mesmo caminho. Trata-se do economista Daniel Cerqueira, especialista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que dá subsídios para que o ex-governador entre em um debate que chama a atenção da população: a segurança pública.
Nessa sexta-feira (17), o ex-governador foi um dos palestrantes do Seminário “Caminhos para a Efetividade da Segurança Pública no Brasil”, promovido pela FGV, no Rio de Janeiro. Casagrande apresentou o programa implantado em seu governo, o “Estado Presente”, que virou livro e se transformou em uma espécie de legado de seu governo.
Em uma longa reportagem sobe a segurança pública no País, o economista do Ipea critica medidas paliativas e de aumento de penas como solução para a violência e afirma que apenas programas dedicados ao tema de forma mais abrangente podem garantir algum resultado.
“Nos estados, o pesquisador do Ipea acredita que o êxito acontece quando os governadores são, de fato, fiadores do programas de enfrentamento ao crime, como Eduardo Campos, em Pernambuco e Renato Casagrande, no Espírito Santo”, diz a reportagem do Huffpost Brasil .
No cenário político, o programa de segurança de Casagrande é o único elemento de seu governo que pode levar para o palanque como uma forma de bandeira política, caso venha a disputar o governo do Estado ou o Senado em 2018.
Eleito no palanque de Hartung em 2010, Casagrande fez um governo de continuidade, sem imprimir sua marca na gestão. Para os meios políticos, o socialista preparava um governo de oito anos, em que a segunda metade do mandato seria eficiente na construção dessa marca, mas foi surpreendido pela movimentação de Hartung, que imprimiu uma forte desconstrução da imagem do governo de Casagrande, interrompendo, assim, seu projeto político.
