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Eucalipto transgênico acelera destruição da água utilizada na Grande Vitória

A voracidade do eucalipto pela água vai aumentar. O plantio do eucalipto transgênico foi aprovado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)  nesta quinta-feira (10), mas as consequências nefastas para os moradores da Grande Vitoria já estão previstas. Entre elas, a de que os eucaliptos transgênicos vão apressar a destruição da água usada por moradores da Grande Vitória.

A afirmação é de Leomar Honorato Lírio, um dos coordenadores estaduais do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA). Ele lembrou que o ciclo do eucalipto, hoje de sete anos, será reduzido para cinco anos. Desta forma, para acelerar seu crescimento, seu consumo de água será maior.

O dirigente do MPA lembrou que o eucalipto está sendo plantado em quantidades crescentes nas bacias dos rios Jucu e Santa Maria da Vitória, que abastecem a Grande Vitória. A região enfrentou uma grande crise hídrica nos últimos meses. A escassez de chuvas no Espírito Santo deve continuar por mais cinco anos, segundo previsão de cientistas.

 “As monoculturas em si produzem desastres culturais e ambientais. No caso do eucalipto transgênico,  as consequências sequer foram estudadas com profundidade. Mas já são conhecidos os efeitos sobre as abelhas, e haverá prejuízo na polinização tanto dos alimentos, como de espécies vegetais. Há risco de contaminação com os transgênicos”.

A aprovação do eucalipto em escala comercial  –  para “pesquisas” está liberado há anos  –  teve 18 votos a favor, e apenas três contra.  Um dos votos contrários foi do professor da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Kageyama.  Ele é critico dos eucaliptos e considerou a liberação comercial do eucalipto transgênico um erro.

O professor e conselheiro do CTNBio lembrou que existem muitas dúvidas científicas sobre os impactos do plantio do eucalipto transgênico e do prejuízo, particularmente para os pequenos produtores rurais.  

Perde o país, ganha a FuturaGene Brasil Tecnologia Ltda, empresa de biotecnologia da Suzano Papel e Celulose. A espécie que foi liberada é a Eucalyptus spp L., contendo um gene da planta Arabidopsis thaliana.

Com a decisão da CNTBio, o Brasil se torna o primeiro país a liberar a comercialização do eucalipto transgênico. Seu uso será intenso considerando a redução do tempo do plantio ao corte para  cinco anos. A FuturaGene anuncia que a produtividade do eucalipto será 20% maior. O  eucalipto transgênico será destinado principalmente para a produção de celulose e  papel.

Em 2012, o  Brasil produziu 10,3 milhões de toneladas de celulose. A produção só cresce: em 10 anos, a produção aumentou em 27%, média anual de 2,7%. Dois outros pedidos para plantios de transgênicos tramitam na CTNBio.

 

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