Gandini assume supersecretaria de olho na sucessão de Luciano Rezende

Entre os nomes anunciados pelo prefeito Luciano Rezende (PPS) para compor seu Secretariado no segundo mandato, chama atenção da classe política a ida do vereador mais bem votado na Capital pela segunda eleição consecutiva, Fabrício Gandini (PPS). Aliado de primeira linha do prefeito, Gandini vai assumir uma pasta que vem sendo chamada nos meios políticos de “supersecretaria“.

Isso porque, a pasta, Secretaria de Gestão, Planejamento e Comunicação ??? uma fusão das Secretarias de Gestão Estratégica com a de Comunicação ??? pode dar a Gandini a musculatura política necessária para que ele possa suceder o prefeito Luciano Rezende ao fim de seu segundo mandato, em 2020, mantendo assim o controle da prefeitura de Vitória nas mãos de um seleto grupo liderado por Luciano. 

Embora tenha recebido apoio de muitas lideranças políticas , que vão do ex-governador Renato Casagrande (PSB) ao seu ex-adversário na eleição de 2012, o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), Luciano Rezende é uma liderança que privilegia apenas seu grupo, que é formado por aliados do PPS, partido que ele tenta transformar em uma força política que sustente seu projeto de futuro.

Neste sentido, Gandini é um nome da confiança de Rezende, capaz de dar sequência ao projeto na Capital, quando o prefeito for buscar voos mais altos. A ideia seria a de concentrar a visibilidade da prefeitura na figura do supersecretário para inflar seu nome e credenciá-lo à sucessão, aumentando sua visibilidade, já que articulação política não lhe falta.

O vereador tem mostrado uma grande capacidade de articulação política, primeiro ao dividir votos com outras lideranças do partido, no sentido de ampliar o rol de lideranças do PPS, o que fortalece a legenda e o próprio Gandini.

Outra articulação que chamou a atenção foi o desarme da chapa de Leonil Dias, do PPS, e a costura da candidatura única do vereador Vinícius Simões, também correligionário ??? porém de maior confiança do grupo ??? à presidência da Câmara de Vitória. Embora não seja tão usual o presidente do Legislativo ser do mesmo partido do prefeito, Luciano Rezende, por meio das articulações de Ganidini, conseguiu a façanha pela segunda vez.

Primeiro com o próprio Gandini, que à frente do Legislativo não só garantiu uma gestão tranquila a Luciano, como também encontrou mecanismos de autopromoção que aumentaram seu capital político e garantiram visibilidade.

Foi Gandini também quem articulou a eleição de Namy Chequer (PCdoB), que atuou como aliado de primeira fileira da prefeitura à frente da Câmara. Agora, com Vinícius Simões, Gandini poderá manter sua influência na Casa, mesmo estando no Executivo.

Mas nem tudo são flores neste projeto de política restritivo. A movimentação em torno de Gandini mostra que o prefeito não prestigia apoios recebidos, mesmo quando estava em situação de fragilidade, como aconteceu no inicio do processo eleitoral deste ano, em que Luciano enfrentou a movimentação contrária à sua candidatura vinda do Palácio Anchieta.

A fusão da Secretaria de Meio Ambiente com a de Obras e Habitação, por exemplo, pode limar Carlos Eduardo de Souza Pinel, ligado a Luiz Paulo Vellozo Lucas. A possibilidade de Gandini ser o sucessor de Luciano, deixa de fora do jogo o PSB, mesmo tendo o partido indicado a vice na chapa do prefeito, com Sérgio Sá, filho do deputado José Esmeraldo, a quem os meios políticos vêm atribuindo a pequena margem de votos que foi determinante para a vitória de Rezende no segundo turno da eleição contra Amaro Neto (SD).

A fusão do Planejamento com Comunicação, porém,não deixará a atual titular da pasta desempregada. Luciano já assegurou que Margô Devos segue na administração. Ela passa a ser uma espécie de assessora especial do prefeito.

Veja abaixo como ficou a equipe de Luciano Rezende para a gestão 2017-2020