Vitória, Capital do Espírito Santo, completa nesta segunda-feira (8), 463 anos – uma das cidades mais antigas do Brasil. A Capital capixaba é também a segunda maior vitrine política do Estado, o que desperta grande interesse da classe política . Ela não é o maior colégio eleitoral do Estado, perde para a Serra e Vila Velha, mas garante aos seus gestores e representantes parlamentares visibilidade e influência.
Para quem observa de fora, parece que é fácil governar Vitória. Um município geograficamente pequeno, com boa arrecadação e sem grandes problemas sociais – é claro que existem áreas pobres e abismos entre classes, mas se comparados aos outros municípios é uma situação menos desconfortável. Mas não é. A população é bastante politizada e costuma cobrar resultados – um eleitorado que não se engana com qualquer promessa milagrosa.
Na eleição deste ano, a Capital tem uma importância muito grande para a classe política, seus principais candidatos disputam cada palmo tanto da ilha quanto da área continental. Vencer em Vitória é muito importante politicamente, mas também não é fácil, sobretudo no que diz respeito à disputa proporcional.
A quantidade de candidatos que buscam votos na cidade é muito grande, o que divide os votos, por isso é difícil dizer que um postulante à vaga de deputado federal ou estadual é candidato de Vitória. Pode até ter maioria dos votos na cidade, mas precisará complementar seus votos buscando somas fora da Capital.
Para ganhar o voto do eleitor da cidade, alguns temas são caros: a mobilidade urbana é o maior problema da Capital e apresentar propostas mirabolantes já não convence desde a primeira eleição de João Coser (PT) para prefeito. O efeito da proposta do Veículo Leve de Superfície (VLT), que nunca saiu do papel, deixou o morador desconfiado das propostas com cara de solução milagrosa.
Outro tema muito importante para a cidade, mas que poucos políticos se arriscam a encarar, é a poluição. Não só pelo pó preto que vem da Ponta de Tubarão, mas pelas inúmeras doenças respiratórias e de pele que são causadas pelas emissões das poluidoras instaladas na cidade, a questão ambiental aqui é um assunto que interessa não só à classe média.
Mas como vão os políticos contrariar a Vale e os demais empresários que vivem da exploração dos recursos naturais se essas pessoas são seus verdadeiros patrões? Até hoje o que se viu foi gente rodear o toco, ou pior, fazer a falsa defesa da geração de empregos a qualquer custo.
Na disputa deste ano, estão os candidatos que em 2016 poderão estar no cardápio do eleitor de Vitória. Eles buscam um bom desempenho este ano para se credenciar, se manter na vitrine. A disputa de 2012 que foi dura, promete ser ainda mais em 2016, mas se os políticos em disputa hoje e na eleição municipal não entenderem que a pauta de Vitória é bem mais refinada do que qualquer meia dúzia de remendos nos aparelhos públicos e o embelezamento dos canteiros centrais, não vão convencer a população cada vez mais consciente de suas necessidades.
Viva Vitória!
Fragmentos:
1 – Depois da Parada de 7 de Setembro, nas ruas de Vitória, o governador Renato Casagrande reuniu militantes em uma feijoada neste domingo (7), em Cariacica.
2 – Lá pelas tantas, o candidato ao Senado pela chapa, Neucimar Fraga (PV) disse: “Vamos tirar o PT de lá”. isso na presença do candidato a deputado federal Helder Salomão e da candidata a deputada estadual Ana Rita.
3 – Mas, espere um pouco, o que estavam fazendo os petistas em um evento do governador Casagrande, do PSB, mesmo?
