Velho x novo

Voto decidido geralmente na reta final da campanha eleitoral, começa a ganhar corpo nas redes sociais um movimento para tentar derrubar a atual bancada capixaba no Senado, representada na disputa por Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PSDB), que, até poucos dias atrás, corriam soltos pelo Estado, distantes de qualquer ameaça. Não que agora corram o risco, de fato, de perderem suas respectivas cadeiras, mas terão que encarar o jogo. Com um elevado índice ainda de indecisos na escolha dos dois nomes para a Casa, a convocação é para garantir mudanças no cenário atual, alertando para as bandeiras retrógradas dos dois senadores. Na esteira da última pesquisa eleitoral, a articulação joga luz, principalmente, no ex-delegado de Trânsito, Fabiano Contarato (Rede), que avançou acima do esperado nas intenções de votos, mas também no instrutor da SWAT, Marcos do Val (PPS), que vem na sequência no ranking, e na professora Célia Tavares (PT), a última a entrar no processo eleitoral, após isolamento do seu partido. Nas redes, os ecos da proposta já são visíveis. E nas urnas, há esperança?

Números

Na pesquisa estimulada do Ibope/Rede Gazeta divulgada no último dia 8, Magno apresentou queda de seis pontos (48%) e Ferraço de dois (40%), enquanto Contarato subiu seis pontos (16%); Do Val um (9%); e Célia Tavares manteve 5%, mas tem sido considerada com potencial de crescimento nesta reta final, em especial entre os movimentos sociais.

Muita gente

O desafio é garantir os votos do elevado índice de indecisos, que podem definir a partida. Na estimulada, brancos ou nulos para primeira ou segunda vaga chegam a 20% e “não sabem ou não responderam", a 35%”. Já na espontânea, olha só: brancos ou nulos 15% e “não sabem ou preferem não opinar”, 75%.

Apoio

Entre lideranças dos movimentos sociais, circulam textos pela renovação no Senado com apoio a Contarato e Célia Tavares, quem eles acham que devem representar o Estado no Congresso pelo trabalho que realizam em suas carreiras e cargos públicos. Nessa área, a dupla parece ser consenso.

Outras vozes

Conhecido militante da área de direitos humanos, Isaias Santana é um dos que destaca a eleição deste ano como uma “oportunidade imperdível de mandar embora dois dos três senadores que envergonham a população capixaba”. 

Outras vozes II

Para ele, Magno Malta e Ricardo Ferraço representam o retrocesso e o conservadorismo. O primeiro, com “seus discursos de ódio e oportunistas”; o outro “representante das oligarquias que comandam e prejudicam o Espírito Santo há décadas, foi aliado fiel do presidente ilegítimo Michel Temer na retirada dos direitos trabalhistas no Congresso Nacional”.

Ué...

Por falar em Magno, nessa terça-feira (18), em suas redes sociais, ele convocava para uma carreata em favor do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) em Guarapari, pela manhã, exatamente no mesmo dia do ato “Mulheres contra Bolsonaro”, marcado para o sábado (29) que vem, em Vitória e São Mateus. O vídeo, no entanto, não está mais no Facebook. Mudou a estratégia?

Pupila

Saiu na Folha de S.Paulo: a ex-secretária de Estado da Fazenda, Ana Paula Vescovi, pupila do governador Paulo Hartung e atual número dois (secretária-executiva) do Ministério da Fazenda, é alvo de processo na Justiça, junto com a Caixa Econômica Federal, movido pelo ministro da Saúde, Gilberto Occhi. Ele tenta anular provas de uma auditoria e barrar o trâmite de investigações que o acusam de envolvimento em esquemas ilícitos no banco.

Pupila II

Ochhi alega ter sofrido dano moral por atos de Vescovi. Ex-presidente da Caixa, indicado pelo seu partido, o PP, ele deixou o cargo em abril, após ser implicado em desvios na instituição. Com aval de Temer, migrou para a Saúde. As ações civis que miram em Vescovi tramitam na Justiça Federal em Brasília. A secretária, como presidente do Conselho de Administração da Caixa, autorizou a instauração das investigações e a remessa das conclusões a órgãos de controle.

Só bolada

Quando não é o Ministério Público Estadual (MPES), é a Assembleia Legislativa. Mais um crédito suplementar do governo do Estado para a Casa comandada pelo deputado Erick Musso (PRB). Nada modesto, de novo: R$ 8 milhões para remuneração de pessoal ativo (vencimentos e vantagens fixas), como informa ato publicado no Diário Oficial nesta quarta-feira (19).

PENSAMENTO:

“Tartarugas conhecem as estradas melhor do que os coelhos”. Khalil Gibran