O plano de expansão da Aracruz Celulose (Fibria) mira o Espírito Santo, onde a empresa quer construir sua quarta usina. Esta semana, a empresa anunciou uma nova fábrica em Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul.
A empresa vem estudando a construção da quarta fábrica no Espírito Santo, para produzir cerca de 1,4 milhão de toneladas anuais. Atualmente as três usinas produzem 2,33 milhões de toneladas/ano no Estado.
Mantém seu projeto e seus parceiros na mídia, buscando preparar a opinião pública para aceitar o projeto. Os plantios de eucalipto e a fabricação de celulose produzem intensa degradação ambiental e social.
O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) no Espírito Santo lembra que a celulose é uma das matérias-primas mais demandadas e lucrativas que existe. O MPA estima que o eucalipto já ocupe cerca de 350 mil hectares no Estado. Uma nova fábrica do porte da que foi projetada para o Estado exigirá mais 100 mil hectares de novos plantios de eucalipto.
O eucalipto é uma espécie exótica e consome 36,5 mil litros de água por ano quando adulta. Foi introduzido no Espírito Santo na década de 60 do século passado. Para plantar seus eucaliptais, a empresa destruiu 50 mil hectares de mata atlântica e toda sua biodiversidade, somente no Espírito Santo.
Projeto consolidado
Dinheiro para a Aracruz Celulose expandir não falta. No novo projeto, recebeu recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A história se repete, com o governo bancando a empresa, como ocorreu desde a instalação no Espírito Santo, na década de 60.
Para o projeto em Mato Grosso do Sul, o investimento será de R$ 7,7 bilhões, aumentando a produção local em 1,75 milhão de toneladas de celulose por ano. A empresa consolidará sua posição de maior produtora mundial de celulose de eucalipto, com capacidade total de 7 milhões de toneladas/ano.