O tratamento que o projeto do deputado Euclério Sampaio (PDT) que obriga a instalação de telas de proteção na Terceira Ponte vem recebendo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Assembleia Legislativa, mostra como o governador Paulo Hartung (PMDB) age com os críticos do governo. O projeto está há seis meses na comissão, presidida formalmente por Raquel Lessa (SD), mas comandada pelo líder do governo Gildevan Fernandes (PMDB).
O deputado conseguiu apenas na sessão do dia 14 de setembro a aprovação de trâmite em regime de urgência para a proposta, cujo objetivo é evitar suicídios na ponte. O projeto estava na pauta de segunda-feira (10), mas a votação foi adiada para a sessão da próxima segunda-feira (17), quando a comissão deve concluir a análise do projeto.
Euclério tem desferido críticas severas ao governo Paulo Hartung. Durante as tentativas de emplacar o projeto na pauta de votação, não mediu palavras para acusar a base governista de ser contra a vida. O embate se repetiria na sessão dessa segunda-feira, quando a base aliada de Hartung barrou a tramitação em regime de urgência do projeto de Decreto Legislativo 008/2014, que anula o contrato de concessão firmado entre o Estado e a concessionária Rodosol, também de autoria de Euclério.
“Desde semana passada, o governador Paulo Hartung tem se empenhado pessoalmente para manter esse pedágio. É só ver quem visitou o Palácio Anchieta e a residência oficial da Praia da Costa”, disse o deputado na ocasião, acusando governo de comprometimento com os empresários da Rodosol.
O tratamento dispensado pelos deputados da base governista aos projetos de Euclério pode ser comparado com ao dispensado aos projetos de outro crítico do governo Hartung, o deputado Sérgio Majeski (PSDB), que na sessão dessa terça-feira (11), criticou o veto do governo a seu projeto que cria o cadastro estadual com informações sobre as pessoas com deficiência. O tucano vê repetidamente os vetos do governo Hartung a projetos de sua autoria.
