Uma semana de intensas atividades com mais de 80 filmes exibidos marcou a 25ª edição do Festival de Cinema de Vitória, finalizado no sábado (8) junto ao Viradão Cultural que aconteceu no Centro de Vitória. No encerramento, foram entregues 21 Troféus Vitória, que consagraram a qualidade do trabalho das mulheres na direção de filmes.
O prêmio de Melhor Longa Metragem foi para Pastor Cláudio (RJ), filme de Beth Formaggini, sobre o ex-delegado Cláudio Guerra, torturador e assassino confesso dos tempos da ditadura militar. As produções feitas por mulheres no Espírito Santo também tiveram destaque. A cineasta Saskia Sá levou duas estatuetas por Rio de Lágrimas Secas (ES), que venceu a Mostra Nacional de Cinema Ambiental e também o prêmio de Melhor Filme da Mostra Foco Capixaba. A obra mostra os impactos socioambientais do crime da Samarco/Vale-BHP no Rio Doce a partir da perspectiva das mulheres.
Braços Vazios (ES), de Daiana Rocha, foi eleito pelo Júri Popular como Melhor Filme de Curta-Metragem. A produção aborda o extermínio da juventude negra por meio de uma mãe que perdeu seu filho, mesclando elementos ficcionais e documentais. Além dela, outras diretoras negras foram premiadas. No mesmo quesito, o Júri Técnico elegeu a obra “Peripatético” (SP), de Jéssica Queiroz, que traz a história ficcional de três jovens moradores de periferia em desafios como o vestibular e a busca de emprego.
Érica Sansil venceu o prêmio de Melhor Direção de Curta-Metragem por Esperando Sábado (RJ), documentário de curta metragem que mostra a realidade de três mulheres que querem curtir a noite no baile funk, mas se deparam com depoimentos intolerantes nos caminhos pela cidade.
Outras categorias também foram vencidas por obras dirigidas por mulheres: Azul Vazante, de Júlia Alquéres (Mostra Quatro Estações), Bup, de Dandara Moraes, e Os que se vão, co-dirigido por Clarissa Campolina e Luiz Pretti (dividiram o prêmio na Mostra Corsária), MC Jess, de Carla Villa-Lobos (Mostra Mulheres no Cinema), A Mulher do Fim do Mundo, de Paula Gaitán (Mostra Nacional de Videoclipes, com performance de Elza Soares) e O Espírito do Bosque, de Carla Saavedra Brychcy (Festivalzinho de Cinema de Vitória/Júri Popular).
O resultado pode indicar mudanças que vêm ocorrendo no audiovisual brasileiro nos últimos anos, com maior participação feminina e negra na produção, direção e atuação. Para se ter uma ideia, os dados da Agência Nacional de Cinema (Ancine) referentes a 2016 indicam que as mulheres responderam pela direção de apenas 15% dos longas e 26% dos curtas e médias metragem, além de assinarem em co-direção em 6% e 8%, respectivamente.
O Festival de Cinema ainda consagrou o trabalho de Markus Konká, ator radicado no Espírito Santo, pela atuação em Mata Negra (ES), do capixaba Rodrigo Aragão, com o prêmio de Melhor Interpretação de Longa Metragem. Entre os Curtas, a Melhor Interpretação foi para Rosa Luz, em Estamos Todos Aqui (SP). Os prêmios de Melhor Direção e Melhor Roteiro de Longa Metragem foram para a obra A Cidade dos Piratas (RS/SP), de Otto Guerra. O Melhor Roteiro de Curta foi para Gabriela Amaral Almeida, por Vaca Profana (SP).
Veja a lista completa dos premiados:
Troféu Vitória:
22ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE CURTAS
Melhor Filme: “Peripatético”, de Jéssica Queiroz
Prêmio Especial do Júri : “BR3”, de Bruno Ribeiro
Melhor Direção : Érica Sansil, por “Esperando Sábado”
Melhor Roteiro: Gabriela Amaral Almeida, por “Vaca Profana”
Melhor Contribuição Artística: Marco Antônio Pereira, por “Alma Bandida”
Melhor Interpretação: Rosa Luz, por “Estamos Todos Aqui”
Prêmio do Júri Popular: “Braços Vazios”, de Daiana Rocha
Menções Honrosas
“Maré”, de Amaranta Cesar
“Entre Pernas”, de Ayla de Oliveira
“Tentei”, de Laís Melo
“Maria”, de Elen Linth e Riane Nascimento
8ª MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL DE LONGAS
Melhor Filme: “Pastor Cláudio”, de Beth Formaggini
Melhor Direção: Otto Guerra, por “A Cidade dos Piratas”
Melhor Roteiro: Rodrigo John, Laerte Coutinho, Thomas Créus e Otto Guerra, por “A Cidade dos Piratas”
Melhor Interpretação: Markus Konka, de “A Mata Negra”
8ª MOSTRA QUATRO ESTAÇÕES
Melhor Filme: “Azul Vazante”, de Júlia Alquéres
7ª MOSTRA CORSÁRIA
Melhor Filme: “Os que se vão”, de Clarissa Campolina e Luiz Pretti
“Bup”, de Dandara de Morais
Menções Honrosas
“Boca de Loba”, de Bárbara Cabeça
“Materializações Luminosas”, de Victor Neves
7ª MOSTRA FOCO CAPIXABA
Melhor Filme: “Rio das Lágrimas Secas”, Saskia Sá
Menção Honrosa: “A Mulher do Treze”, de Rejane Kasting Arruda
5ª MOSTRA OUTROS OLHARES
Melhor Filme: “De Volta para o Passado”, de Diego de Jesus
3ª MOSTRA CINEMA E NEGRITUDE
Melhor Filme: “Eu sou o Super-homem”, de Rodrigo Batista
Menções Honrosas
“Algum Romance Transitório”, de Caio Casagrande
“Òpara de Òsùn: Quando Tudo Nasce”, de Pamela Peregrino
“Quem Perdeu o Telhado em Troca Recebe as Estrelas”, de Henrique Zanoni
3ª MOSTRA MULHERES NO CINEMA
Melhor Filme: “Mc Jess”, de Carla Villa-Lobos
Menções honrosas
“Em busca de Lélia”, de Beatriz Vieirah.
“Fofa”, de Flora Pappalardo.
2ª MOSTRA NACIONAL DE VIDEOCLIPES
Melhor Filme: “A Mulher do Fim do Mundo”, de Paula Gaitán (performance de Elza Soares)
Menção Honrosa
“Cherry Blossom”, de Junior Batista (performance de Solveris)
1ª MOSTRA NACIONAL DE CINEMA AMBIENTAL
Melhor Filme: “Rio das Lágrimas Secas”, de Sáskia Sá
Menção Honrosa
“Plantae”, de Guilherme Gehr
19º FESTIVALZINHO DE CINEMA DE VITÓRIA
Melhor Filme (Júri Popular) :“O Espírito do Bosque”, de Carla Saavedra Brychcy
Prêmios especiais:
3ª Mostra Mulheres no Cinema
Prêmio CTAv ao Melhor Filme escolhido por Júri Técnico: empréstimo de equipamentos
(SI-2K e acessórios) por duas semanas e serviço de mixagem de 20 horas.
“Mc Jess”, de Carla Villa-Lobos
Prêmio Link Digital para o Melhor Filme escolhido por Júri Técnico: 4 horas de correção de cor e encode para DCP de curta de até 15 minutos.
“Mc Jess”, de Carla Villa-Lobos
3ª Mostra Cinema e Negritude
Prêmio CiaRio-Brasil ao Melhor Filme, escolhido por Júri Técnico: R$ 6 mil em locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria; através da empresa NAYMAR, com validade de 1 ano.
“Eu sou o Super-homem”, de Rodrigo Batista
Prêmio Mistika ao Melhor Filme escolhido por Júri Técnico: serviço de encode de DCP de até 15 minutos com validade de 1 ano.
“Eu sou o Super-homem”, de Rodrigo Batista
22ª Mostra Competitiva Nacional de Curtas
Prêmio CiaRio-Brasil ao Melhor Filme escolhido por Júri Popular: R$ 8 mil em locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria, através da empresa NAYMAR com validade de 1 ano.
“Braços Vazios”, de Daiana Rocha
Prêmio CiaRio-Brasil ao Melhor Filme escolhido por Júri Técnico: R$ 8 mil em locação de equipamentos de iluminação, acessórios e maquinaria, através da empresa NAYMAR, com validade de 1 ano.
“Peripatético”, de Jéssica Queiroz
Prêmio CTAv ao Melhor Filme escolhido por Júri Técnico: empréstimo de equipamentos (SI-2K e acessórios) por duas semanas e serviço de mixagem de 20 horas.
“Peripatético”, de Jéssica Queiroz
Prêmio Mistika ao Melhor Filme escolhido por Júri Técnico: serviço de encode de DCP de até 15 minutos com validade de 1 ano.
“Peripatético”, de Jéssica Queiroz.