A Assembleia Geral Unificada de diversas categorias de servidores públicos estaduais aprovou o estado de greve até o próximo dia 11 de setembro. A decisão se deu na manhã desta sexta-feira (30), em ato realizado em frente ao edifício Fábio Ruschi, no Centro de Vitória.
Durante os próximos dias, a expectativa é de que o governador Renato Casagrande reavalie sua posição e conceda o reajuste de 5,56% reivindicado, referente à recomposição da inflação no período de abril de 2018 a junho 2019. Outros dois pontos centrais da pauta são a fixação da data-base e a criação de uma mesa de negociação permanente.
Os servidores estão com perdas salariais que ultrapassam 26,51% desde abril de 2014, o que equivale dizer que trabalham durante todo ano, mas só recebem nove meses, como explica o Sindicato dos Servidores e Trabalhadores Públicos do Espírito Santo (Sindipúblicos/ES), uma das cerca de 20 entidades que integram a mobilização, oriundas do Legislativo, Executivo, Judiciário, Ministério Público e Tribunal de Contas.
“Somos mais de 100 mil, incluindo policiais e professores”, calcula o presidente do Sindipúblicos, Tadeu Guerzet. Os servidores da segurança, inclusive, realizaram ato reivindicatório próprio, no mesmo horário da Assembleia Geral, e se uniram à caminhada ampla ao final de seu protesto.
“Os servidores estão mais impacientes. Dia 11 iremos com tudo”, anuncia Tadeu, ao relatar as reuniões já realizadas com membros do Executivo, como o subsecretário de Relações Sindicais, Fernando Castro Rocha, e o subsecretário de Economia e Planejamento, Álvaro Duboc. “O Estado não contesta mais o que a gente apresenta, apenas dá a negativa”, conta.
A última reunião foi com a vice-governadora do Estado, Jacqueline Moraes, no último dia 14, também sem resultado efetivo.
As entidades, no entanto, ainda apostam numa mudança de postura. “A gente não quer colocar faca no pescoço. O governo tem apresentado preocupação com as contas, mas as receitas liquidas têm crescido, tiramos nota A, o vice-presidente da República [Hamilton Mourão, PRTB] veio aqui e elogiou, o ano está acabando … o governo pode mudar de posição e dar os 5% de reajuste”, projeta o presidente do Sindipúblicos.
A entidade ressalta ainda que boa parte do custo do reajuste, calculado em R$ 28 milhões mensais, retorna para a economia capixaba por meio do aumento do consumo por parte dos servidores no comércio. Outra parte retorna ao Estado, por meio da alíquota do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado do Espírito Santo (IPAJM), que deve subir para 14%, acompanhando o estabelecido até o momento na reforma da Previdência.