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Fim da linha?

Embora o atual presidente do MDB no Estado, deputado federal Lelo Coimbra, tenha no comando do partido sua boia de salvação para continuar a fazer política com poder de negociação no Estado, depois de sua derrota à reeleição, ruídos internos consideram sua permanência na função insustentável. A questão, para além da subserviência aos interesses do governador Paulo Hartung durante tantos anos e das perdas do pleito deste ano, teria relação também com a própria gestão partidária. Ou melhor, a falta dela. O que dizem é que Lelo, que não tem perfil de embate, acabou terceirizando a atuação ao secretário-geral Chico Donato, que não tem mandato (foi prefeito de Conceição da Barra há tempos) e acumula outros cargos partidários, como de secretário de gestão da Fundação Ulysses Guimarães Nacional e presidente do diretório de Vitória. O desgaste teria se agravado com a doação feita pelo presidenciável Henrique Meirelles no valor de R$ 150 mil a Donato, discriminada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como assessoria política, enquanto candidatos com densidade eleitoral e cadeira reclamaram de abandono do MDB no pleito – Lelo foi devidamente agraciado pela Nacional, com R$ 1,5 milhão. Esse cenário de insatisfação, com ameaça de debandadas, tem favorecido a movimentação do ex-deputado federal Marcelino Fraga, de Colatina, para a disputa interna do MDB. Em campo há meses, ele se coloca como o nome capaz de reerguer o partido neste momento de “baixa”. A permanecer o atual quadro, a eleição, que foi adiada, promete acirrar os ânimos, com efeitos na base de apoio do governador eleito, Renato Casagrande (PSB), cujo projeto político sinaliza para ter vida longa no Espírito Santo.

Outro lado

Marcelino, como já dito aqui, é ligado a Casagrande. Sem Hartung e Lelo no MDB, os ventos viram completamente para outra direção.

Boca no trombone

Pra refresco de memória, uma semana após a eleição de outubro, o deputado estadual reeleito, José Esmeraldo, fez discurso no plenário afirmando que tentaram o derrubar, assim como a Dr. Hércules. O contexto era partidário. 

Valendo?

Esmeraldo avisou, na ocasião, que a situação teria desdobramento em seu comportamento na Casa tanto agora como na próxima legislatura. Coincidências à parte…

Valendo II?

…na sessão desta terça-feira (27), ele fez coro ao deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), que defendeu não votar mais nenhum projeto do governo Hartung que represente impacto financeiro à gestão de Casagrande, até o início dos trabalhos em 2019. Os dois destacaram a “conta salgada” que ficará de herança, o que seria uma irresponsabilidade da Assembleia. 

Na linha

O pedido atende a articulação feita pelo próprio Casagrande que, como apontou Enivaldo, ligou para vários deputados. A transição entre Hartung e ele, como se sabe, de tranquilo não teve nada até agora. 

Cofres

Só a título de comparação, a contratação de Donati para prestar assessoria ao presidenciável do MDB, derrotado por muito na disputa, foi quase o que arrecadou Dr. Hércules em sua campanha, R$ 188 mil. Esmeraldo não ficou muito longe, com R$ 217 mil. 

Inédito

Mais do que assíduo nas redes sociais, o senador Magno Malta (PR) está desde a última sexta-feira (23) sem aparecer no Facebook. Comparando com as inúmeras postagens diárias habituais e com a campanha frenética que vinha fazendo em defesa de sua nomeação no governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), a ausência é sintomática.

Inédito II

A propósito, tinha tempo também que Magno não virava a semana sem ser citado pela imprensa nacional, seja por críticas ao seu comportamento político, seja pelos bastidores da formação da equipe de Bolsonaro. O que vem por aí?

Pauta evangélica

De saída da Assembleia, Esmael de Almeida (PSD) insiste em misturar religião com educação. Autor do projeto Escola sem Partido e outros na mesma linha, ele tenta emplacar agora um que permite aos “pais ou responsáveis participar da definição das propostas educacionais no Estado”. Ele diz que é “reivindicação da família” e que “muitos professores estão desvirtuando os alunos”. Retrocesso é pouco.

Pauta evangélica II

E o pior, ele não está sozinho. As comissões de Justiça, Educação e Finanças analisaram em reunião conjunta a matéria, com a relatoria da deputada Luzia Toledo (MDB), que se manifestou favorável. Quem salvou o enredo foi o deputado Sergio Majeski (PSB), que criticou a medida e intromissão, além de lembrar que a definição de conteúdo pedagógico é prerrogativa do Executivo.

PENSAMENTO:

“Passado: É o futuro, usado”. Millôr Fernandes

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