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Não passa mais nada

Os trabalhos da Assembleia Legislativa mal, mal recomeçaram e o clima eleitoral já tomou conta do plenário. A vitrine que sai na frente é, não à toa, a disputa em Vitória, que só perde em importância política para o governo do Estado. O tom subiu no primeiro dia de sessão ordinária deste ano, nesta terça-feira (4), tendo como pano de fundo o programa que é carro-chefe do governador Renato Casagrande, o Estado Presente. Os deputados Capitão Assumção (PSL) e Lorenzo Pazolini (sem partido), cotados como candidatos a prefeito, usaram áudios e imagens do tiroteio registrado no Centro em mais uma disputa entre os morros do Moscoso e da Piedade, para disparar contra a política de segurança pública da gestão estadual. As respostas vieram principalmente do atual e do ex-líder do governo na Casa, Freitas (PSB) e Enivaldo dos Anjos (PSD), gerando um “toma-lá-dá-cá”, acirramento que só tende a se acentuar nos próximos meses, envolvendo todas as áreas de disputa. Freitas não perdeu tempo e logo classificou as críticas como “extremismo em função das eleições e do afã da candidatura”, enquanto Enivaldo chamou para o debate e relacionou o problema com a política de concessão de armas do governo Jair Bolsonaro, reforçada por Assumção. “O deputado será candidato e tem como base de sua campanha o fuzil”, provocou o deputado, em um bate-boca que se prolongou ainda mais, com direito a pedido de corte do microfone. Num cenário até agora embolado de lideranças na Capital e com delimitação de espaços que alcançam 2022, as estratégias já entraram em fase de execução. Tem jogo!  

Pacotão

O PSB de Casagrande, como se sabe, também está em campo na Capital e deu início ao processo para escolha de seu candidato, que ficará entre o vice-prefeito Sérgio Sá e o deputado Sergio Majeski, campeão de votos em 2018. Mas também cisca com o prefeito Luciano Rezende (Cidadania), que por sua vez apoia outro deputado, Fabrício Gandini (Cidadania), e entrou em rota de colisão com Sérgio, ao exonerá-lo da secretaria de Obras. 

Pacotão II

Os adversários, para todos os efeitos, têm como alvo tanto o governo, que tem a máquina, Casagrande como cabo eleitoral e projeto de poder de longa duração, como Luciano, que também tem a máquina e tenta de todas as formas emplacar seu sucessor.

Artilharia

Aliás, os discursos que começaram no Estado Presente também voltaram a artilharia contra o prefeito, devido à realização do bloco de carnaval na Praia do Canto, sem autorização do município, que acabou em confusão e pessoas feridas. Pazolini disse que o bloco foi anunciado com sete dias de antecedência nas redes sociais, mas nenhuma providência foi tomada.

Artilharia II

Mesmo tema serviu de munição para o pré-candidato do Novo, o coronel Nylton Rodrigues. No Facebook, ele considerou inadmissível, em tempos de redes sociais, a Prefeitura de Vitória dizer que não tinha conhecimento prévio do evento. “Mas pior do que isso, é tentar transferir uma responsabilidade que é sua para outras instituições. A falta de planejamento colocou moradores e comerciantes em risco”, criticou.

Mais um

E não pararam por aí as movimentações na Capital nesse retorno de ano legislativo. Nessa segunda (3), mesmo dia em que o deputado José Esmeraldo (MDB), pai de Sérgio Sá, falou também do plenário que “as perseguições já começaram”, o presidente da Câmara de Vitória, Cleber Felix (Prog), fez mais uma reunião com o DEM, com a presença de Theodorico Ferraço. Clebinho se diz candidato a prefeito pelo partido.

Desgaste

O vereador, na semana passada, como tratado aqui, protocolou pedido de acesso à íntegra do inquérito civil contra o prefeito Luciano Rezende, provocado por denúncia anônima no Ministério Público Estadual (MPES) sobre a suposta utilização de dinheiro público para autopromoção em canais de comunicação, o que configuraria crime de improbidade administrativa.

Desgaste II

Quem resolveu mexer nesse vespeiro, também, foi Capitão Assumção. No meio do embate dessa terça-feira na Assembleia, ele citou que os gastos de Luciano foram de R$ 15 milhões e garantiu voltar a tratar do assunto. Veremos…

Ué…

Voltando ao bate-rebate entre Assumção e Enivaldo, sempre bom lembrar….no ano passado, o ex-líder do governo fez mais de um discurso em favor do colega de plenário do caso da incitação à violência (recompensa a quem matasse o assassino de uma jovem em Cariacica) e também sugeriu “dar uma coça” nos dirigentes da ECO 101. Desta vez, o contrário…

Ué II…

Envialdo repudiou o combate à violência com mais violência, método que apontou como “arcaico, atrasado e imbecil”. 

PENSAMENTO:

“A liberdade de eleições permite que você escolha o molho com o qual será devorado”. Eduardo Galeano

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