Segunda, 20 Mai 2024

Incendiaram as eleições

Incendiaram as eleições

Na minha última coluna (28/7), com o título “Com Magno, sem Magno”, eu já prenunciava a costura da candidatura do deputado federal Carlos Manato (PSL) ao governo do Estado, com o senador Magno Malta compondo a chapa na disputa à reeleição. Afirmava, também, que ela incendiaria as eleições no Espírito Santo. Está aí, pegando fogo. 


Essa aliança, agora concretizada, é perigosíssima às vitórias de Renato Casagrande (PSB) e Rose de Freitas (Podemos), pela soma de valores que vão estar nela, principalmente uma cobra venenosa de duas cabeças. 


Quando falo cobra venenosa, reporto-me àqueles que, tudo indica, terão muitos votos nestas eleições: Magno Malta, que será com certeza o senador mais votado do Estado, e o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que está nas cabeças na disputa. Na verdade, na trinca Manato/Magno/ Bolsonaro, quem tem menos voto é o Manato, mas deverá ser carregado pelos outros dois. 


Manato é, com certeza, o político mais esperto da atualidade capixaba. Arranca mandatos de deputado federal na base da inteligência e do esforço pessoal. Basta relembrar alguns aspectos da sua trajetória. Ao longo do período que se dominou Era PH, 15 anos, ele sempre entrou nas disputas para deputado lá embaixo nas pesquisas, mas quando se finalizavam os pleitos, estava dentro.


Quanto aos seus mandatos, ele sempre está na Mesa Diretora da Câmara e é um dos que mais preside as sessões. Detém também o título de ser o mais assíduo do legislativo federal.


Colocar a sua candidatura ao governo no cenário Rose/Casagrande é indicação clara de segundo turno, mas com outro viés, o da garantia da presença do Manato. 


Até a entrada dele na disputa, Casagrande aparecia como favorito e estava às vésperas de pedir a mão em casamento ao senador Magno Malta, depois de um longo namoro, a ponto de acabar com a candidatura do deputado estadual Sergio Majeski ao Senado pelo seu partido, o PSB. Aliás, Casagrande sacrificar seus aliados é comum em sua história política.


Agora vamos à análise desse novo cenário. Em um segundo turno com a presença de Manato, a previsão atual é que seja com Casagrande. E mesmo que Rose fique desidratada com a perda de partidos ligados a PH, ela com certeza também estará presente, como o fiel da balança. 


E aí, quem vai se dar mal, provavelmente, é Casagrande, pois Rose ficou brava com ele. O ex-governador a convidou para sair junto na disputa, ela para o governo e ele ao Senado, mas depois caiu fora, lançando sua própria candidatura.


Acho que este segundo turno tem consequências longas, inclusive no instrumento de poder criado por PH, a ONG ES em Ação. A desistência do governador em disputar o governo e uma possível derrota para Casagrande fizeram até com que o próprio presidente da entidade, Aridelmo Teixeira (PTB), entrasse na disputa, se arvorando como o defensor do legado de PH. 


No último dia dos registros de candidaturas à Justiça Eleitoral, as articulações no Estado ainda podem revelar novas surpresas? No aguardo.

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