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Colibris desaparecem na cidade e no Estado que os têm como símbolos

Um estudo do biólogo e doutor em Zoologia pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Piero Ruschi, revela que cerca de um terço das espécies de beija-flores conhecidas para Santa Teresa, na região serrana do Espírito Santo, já não são mais vistas. Algumas, há dez anos, outras, há mais de 40!

No Espírito Santo, ocorrem 95% das espécies de colibris da Mata Atlântica, a maioria delas, 34 no total, também registradas para o município. Dessas apenas 23 ainda podem ser vistas pelos observadores mais atentos.

Entre elas, o Beija-flor-de-orelha-violeta (Colibri srerrirostris), símbolo do Espírito Santo, e o Topetinho-vermelho (Lophornis magnificus), símbolo da cidade e do extinto Museu de Biologia Prof. Mello Leitão, fundado pelo naturalista Augusto Ruschi, Patrono da Ecologia do Brasil.

Piero atribui o drama dos beija-flores de Santa Teresa e do Espírito Santo à redução das florestas na região. Hoje, a Mata Atlântica está restrita a duas unidades de conservação – Reserva Biológica Augusto Ruschi (3.500 hectares) e Parque Natural Municipal São Lourenço 265 ha) –, à Estação Biológica de Santa Lúcia (440 ha,) e a alguns fragmentos existentes em propriedades particulares, interligando parcialmente as três áreas maiores.

“Santa Teresa precisa recuperar seu equilíbrio ambiental“, clama o biólogo, em artigo publicado em sua coluna neste Século Diário, acrescentando tratar-se “de uma missão do teresense”. Ele indica o saneamento básico e o retorno da Polícia Ambiental ao município como duas medidas fundamentais, preparando o ambiente para ações posteriores.

“Uma vez que o 'barco' parar de “afundar”, poderemos aperfeiçoar a “navegação”. Por exemplo, parcerias com o próprio Cadastro Ambiental Rural (CAR) podem amparar os proprietários rurais teresenses para que seus fragmentos de mata cumpram sua importante função no mosaico ambiental do município de forma planejada”, projeta. 

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