Lideranças rejeitadas em 2018 preparam terreno para disputa municipal

Não é só a confirmação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da perda do mandato do prefeito Daniel Santana Barbosa, o Daniel da Açaí (PSDB), cassado pela Justiça em 2017, que coloca em ebulição o cenário político de São Mateus, norte do Estado. Caso a cassação se confirme, assume o presidente da Câmara, Jorge Recla, o Jorge Cabeção (PTB), que convocará novas eleições no prazo de 90 dias. 

Mas não é essa disputa que interessa lideranças influentes no município que foram rejeitadas nas eleições de 2018. Elas se movimentam para concorrer em 2020, entre elas ex-prefeito e ex-deputado Mateus Vasconcelos, o Mateusão, depois de cumprir pena por fraude tributária, que trabalha para eleger a filha, Claudete (SD), seguido de perto pelo ex-deputado Carlinhos  Lyrio (PSD) e o deputado Eustáquio de Freitas (PSB), que ainda amargam a derrota para a Assembleia Legislativa.

Mateusão, apesar de ter passado alguns anos preso, ainda é considerado significativa liderança na região. Ele lançou a filha Claudete na disputa à Assembleia em 2018, alcançando a segunda colocação entre os mais votados no município, com 6,7 mil votos, atrás do primeiro colocado, o radialista e ex-deputado estadual Carlinhos Lyrio (PSD), com 8,2 mil votos. 

Esses números o credenciam como candidatos à prefeitura em 2020, na dianteira do deputado Eustáquio de Freitas (PSB), que ficou na sexta colocação. Derrotado ao concorrer à reeleição, Freitas, atualmente na vaga do deputado licenciado Bruno Lamas (PSB), corre em busca do acolhimento de sua candidatura a prefeito pelo governador Renato Casagrande, do seu partido. 

Esbarra, no entanto, no líder do governo na Assembleia, Enivaldo dos Anjos (PSD), segundo os bastidores do meio político, alinhado com Carlinhos Lyrio, que contaria, também, com o apoio ainda não revelado do governador. 

As articulações em busca de espaço no cenário político de São Mateus incluem ainda o ex-deputado federal Jorge Silva, presidente estadual do Solidariedade, que não conseguiu se reeleger em 2018. Ele conseguiu o apoio do Diretório Nacional do partido, afastando investidas de outros grupos. 

Em meio às articulações, o prefeito Daniel da Açaí continua no cargo até que o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, decida seu voto no recurso interposto pela defesa, julgado no último dia 8. A relatora do processo, ministra Rosa Weber, votou pela cassação, mas Fachin pediu vistas “para melhor analisar o caso”, retardando a decisão final.