Domingo, 02 Junho 2024

Um outro ES

Um outro ES

O governador Paulo Hartung continua posando como se estivesse na cabeceira da política capixaba. Não é nada disso. Ele está sendo liquidado pelo seu antecessor, Renato Casagrande (PSB), que se saiu vencedor de um confronto que perdurou por todo o governo PH. 


O processo eleitoral vigente mostra claramente o quanto Hartung está fora do jogo. É o que está desenhado neste momento político. Muitos fingiram que isso não era real, mas tanto era, que Casagrande está aí, ameaçando ganhar no primeiro turno. 


Mesmo que venha uma segunda fase da disputa, e até me arrisco a dizer que é provável, PH não vai ter trunfo para empregar. Imagine que ele está na dependência de um candidato inteiramente desconhecido da política capixaba, o empresário Aridelmo Teixeira (PTB), que dificilmente estará no segundo turno. Aridelmo é hoje quem cuida do legado de PH. Antigamente era um mundo de políticos na dependência do governador. Hoje só restou Aridelmo. 


Neste momento, PH se esforça, mesmo, é para criar um processo defensivo que contempla fazer dois novos conselheiros do Tribunal de Contas e garantir uns deputados, que não serão muitos, para defender a sua barra na Assembleia Legislativa.

 

Se acontecer um segundo turno, quem vai estar nele é a senadora Rose de Freitas (Podemos) ou Carlos Manato (PSL), surfando na onda do presidenciável do seu partido, Jair Bolsonaro (RJ). 


Abandonando esse quadro, vamos falar de futuro, já que a Era PH se despede. É este futuro que ilumina o prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede),  e o prefeito de Vila Velha, Max Filho (PSDB). Também terá Ricardo Ferraço (PSDB), praticamente eleito para o Senado, na companhia de Magno Malta (PR).


Ricardo foi quem iniciou a desconstrução de PH, ao recusar o modelito de ser candidato ao governo com a dobradinha PH no Senado. Espertamente, não entrou nessa. Preferiu o risco da reeleição, diante do cenário de desistência de Amaro Neto (PRB). Está praticamente eleito. É só esperar a contagem das urnas.   


O tucano tem vários aspectos a seu favor. Está credenciado a ter o apoio de Casagrande na sucessão, já que se encontra embarcado na sua nau desde antes de sua explosão. Não vejo Casagrande fora do esquema Ricardo Ferraço.


Conta, ainda, com uma estrutura familiar forte. O pai, Theodorico Ferraço (DEM), vai ser reeleito deputado estadual. A madrasta, Norma Ayub (DEM), disputa com chances de reeleição a Câmara dos Deputados. Tem também apoio da estrutura empresarial que vive em torno do poder no Estado, inclusive, já tem total relação com ela. 


E não para por aí. Ricardo reeleito terá um mandato de oito anos. Gasta quatro e pode disputar uma eleição para o governo sem a intranquilidade de poder ir para a planície, pois se perder, terá mais um longo tempo de mandato em Brasília.


Ignorar Casagrande e seus prováveis sucessores não contempla a realidade atual da política do Estado. Além da força de Ricardo Ferraço, sabemos também que não se brinca com Audifax e com Max Filho, portadores de dois poderosos colégios eleitorais.


Quer dizer, temos vários nomes capazes de construir realmente um futuro. Haverá de ser uma nova era no Espírito Santo. Finalmente, sem PH.

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