Plenária lança frente estadual contra a privatização do Hospital Universítário da Ufes
O seminário “O futuro do Hucam em debate”, que aconteceu nesta quinta (9) e sexta-feira (10) na Ufes, terminou na tarde de hoje com uma plenária que marcou o lançamento da Frente Estadual Contra a Privatização do Hospital Universitário Antonio Cassiano de Moraes (Hucam).
O principal motivo para a formação da Frente é a entrada do hospital na Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), indicada em reunião do Conselho Universitário da Ufes, que aconteceu em julho. A empresa, criada pelo governo federal para gerir e captar recursos para hospitais públicos, tem recebido duras críticas quanto ao seu modo de gestão, principalmente no que diz respeito à abertura de leitos dos hospitais para planos de saúde.
A Frente será formada pela Associação de Docentes (Adufes), o Sindicato dos Trabalhadores (Sintures), o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da universidade, além de categorias do serviço público e diversos representantes de movimentos sociais. Sua principal função será articular o enfrentamento a políticas privatistas para o Hucam, e, principalmente, a Ebserh.
O diretor-geral do Hucam, Emílio Mameri, não concorda com o pensamento de que a empresa representa a privatização do hospital. Para ele, a análise surge por uma falta de estudo da lei que cria a Ebserh. “Não enxergamos da mesma forma que os movimentos estão colocando. A empresa é a única alternativa para recompor o quadro de funcionários dos hospitais”, argumenta.
O posicionamento é refutado pelo movimento grevista dos três segmentos da universidade. Para o Comando Unificado de Greve, a Ebserh representa mais uma forma de fechamentos de portas dos hospitais públicos e universitários à população brasileira. O movimento argumenta, por exemplo, que as contratações não seriam mais feitas por concurso público, e sim por contrato, o que prejudica as relações de trabalho no hospital.
Outro ponto é a autonomia dos hospitais universitários no que diz respeito à pesquisa e ao seu funcionamento como hospital escola, que seria prejudicada pela entrada da empresa.
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